terça-feira, dezembro 28, 2010

Crie sua rádio

Tem uma rádio de internet para os apreciadores de Jazz bastante interessante: chama-se AccuJazz. Como qualquer outra rádio streaming, você tem canais e filtros que permitem ouvir um enorme rol de músicos e composições, selecionadas aleatoriamente, respeitando os filtros do canal. O que me chamou a atenção é que você pode excluir um determinado artista durante a execução, de forma que ele não aparecerá novamente em sua rádio. Um jeito inteligente de customizar a execução e permitir que você transforme sua própria rádio em algo cada vez mais previsível, repetitivo e chato. Nada mais cansativo do que nossa própria intenção musical. Genial (ou não).

Engano

Tarde de terça-feira, estou em casa e toca o celular.

- Alô.
- Por favor, a Dra. Cristina...
- Desculpe, você ligou errado, não tem nenhuma Dra. Cristina aqui.

Isso já foi estranho. Afinal, o celular é pessoal. Se quem atende não é a Dra. Cristina e você não está atendendo por ela, não faz sentido dizer que não tem nenhuma dela lá. Culpa da idade avançada e o hábito de atender enganos em telefones fixos.

- Ah, ok. É porque eu estou procurando a Dra. Cristina dos Santos, ela é a advogada aqui do processo e ela me pediu pra mandar outros documentos...

Pensei em dizer simplesmente "foda-se". Mas eu não sou grosso a esse ponto. Meu segundo pensamento foi dizer "isso é problema seu", mas contive, sou educado.

- Como eu disse não tem Dra. Cristina nesse número.
- Que número é aí?

Deu vontade de responder o clássico "aquele que você digitou ou aquele que você digitou errado", mas eu sou fino.

- Aqui é 8xxx-xxxx - aqui omitido por razões óbvias.
- Ah, tá. Você tem o fixo do escritório dela?

Nessa hora, confesso que se eu pudesse percorrer o cabo do telefone fisicamente, eu atravessava com a mão até chegar lá do outro lado da ligação e enfiava dois dedos no cú do sujeito. Se eu disse que é engano, que ele ligou pro número errado, como vou saber o telefone do escritório daquela puta da Dra. Cristina?? Logo dela que todo mundo sabe que é uma vaca! Mas eu fui bem educado, segurei a onda.

- Não, meu amigo, isto aqui é um celular particular de outra pessoa, nada a ver com Cristina alguma, foi engano.
- Ah, entendi. Tudo bem. É porque eu precisava enviar os documentos logo e queria falar com ela.

Será que eu enlouqueci? Será que coloquei nos classificados um anúncio "Advinho telefones de advogadas, para fins de envio de documentação. Ligue sem cerimônia no meu celular 8xxx-xxxx. Basta informar o nome da puta, que eu advinho o telefone fixo dela e informo na hora". Qual terá sido a parte do que eu disse que ele não entendeu?

- Sinto muito, não posso ajudar.
- Tá bem. Obrigado, viu?

Pelo menos ele foi educado no final. Ainda bem que eu sempre mantenho a calma. Quando eu contar essa história pra Dra. Cristina, ela não vai acreditar....

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Não sou o único injustiçado

Meu histórico de multas de trânsito chega a ser ridículo. Até 6 meses atrás, motivado pelo medo de perder a carteira de motorista, comecei a me policiar bastante, baixando muito a média histórica de uma multa por mês aproximadamente. E na maioria dos casos, embora não haja motivo para isso, eu me sinto injustiçado, perseguido. Às vezes, porque furo o rodízio apenas 1 hora antes do horário permitido para circular e fico indignado com a falta de tolerância. Às vezes, porque acho excedo a velocidade em 20 ou 30 km/h no máximo (quando o limite era 90 km/h). Ou seja, nitidamente, estou certo e a CET está sendo intransigente.

No caso da Britânica Cathryn James, a polícia de trânsito foi igualmente intolerante. A inglesa estacionou o carro para fazer compras e no caminho foi surpreendida por uma suicida, prestes a se jogar de uma ponte. Para evitar o pior, Cathryn foi ter com a suicida, abraçou-a e a conteve até o socrro chegar. Só que nesse ato de bravura, esqueceu de validar o tíquete de estacionamento por mais uma hora, excedeu o limite em 22 minutos e foi multada em 60 libras esterlinas. É verdade, confiram aqui.

Conclusão óbvia: não sou o único injustiçado pelas autoridades de trânsito. E, na dúvida, se o Zona Azul estiver vencendo e eu tiver de decidir se salvo ou não alguém, deixo se jogar. É a vida (ou no caso, a morte).

sexta-feira, novembro 19, 2010

Votem na mais bizarra notícia

Vamos a mais um divertido pleito sobre a notícia mais bizarra dentre três pérolas criteriosamente selecionadas. A notícia mais votada não ganha nada. Nem as pessoas que votarem. Aliás, vocês perdem (tempo e disposição). Mesmo assim, vamos lá...

Notícia Bizarra No. 1: Público decide sobre aborto
Um casal norteamericano, Alisha e Arnold, ambos com 30 anos, moradores de Minneapolís, estado
em que o aborto é legal, estão indecisos sobre manter ou descontinuar a gravidez e resolveram pedir votos ao público de seu site na internet. O feto está no quinto mês de concepção e as votações devem acontecer até início de dezembro, quando termina o prazo legal para realização do aborto. O casal de filhos-da-puta, digo, indecisos tem atualizado o site com fotos do feto. Sem autorização do casal escroto, digo, polêmico, hackeei o site deles e inclui mais uma alternativa para votação (além do "sim" e do "não"): "abortar" os pais, logo após o parto, permitindo que a criança seja adotada e criada por pessoas decentes. Esta última opção está vencendo com 94% dos votos, contra uma minoria de "não" e dois votos em branco...


Notícia Bizarra No. 2: Carne de cachorro
Uma associação tosca, digo, inglesa, de defesa dos animais criou e colocou à venda uma linha de produtos polêmica: bandejas com carne de várias
raças de cachorro (Collie, Labrador, etc). Os produtores dizem que os animais não passam por maltratatos e há quem diga que é apenas uma campanha fictícia para chamar a atenção dos carnívoros para o fato de que alguns animais (boi, porco) não recebem a mesma compaixão do que outros (cachorro). Na dúvida, e acreditando nos dizeres da embalagem, muitas pessoas que têm animais de estimação já adotaram o consumo de carne de scooby-doo, desde que de raça distinta daquela que possuem. Há quem tenha passado a fazer dieta dedicando-se exclusivamente à carne de Chihuahua (que é light). Mas parece que o único produto esgotado mesmo é a carne de ativista da Animal Aid (tem sido a mais procurada)...


Notícia Bizarra No 3.: Criança na varanda
Na Turquia, uma mulher louca e que merece apanhar, digo, desconhecida utilizou uma criança de cerca de 6 anos como anzol para fisgar um lenço, que havia caído da
sacada do segundo anda no térreo. Aparentemente, a idiota, digo, a ousada mulher não tem conhecimento da existência de dois importantes aparatos da construção civil, um dos quais, pelo menos, sempre disponíveis: escada e elevador. A vaca, digo, a puta, digo, essa chupeteira-sem-noção, digo, a tresloucada desceu a criança içada por uma corda e a camiseta da menina, que felizmente realizou o percurso sem prejuízos físicos. Esta manhã, por razão desconhecida, a nojenta, digo, misteriosa mulher foi içada do alto de um prédio de 50 andares para buscar um palito de dentes que teria caído inadvertidamente sobre o solo. Como a mulher não encontrou o palito, foi içada novamente para o alto mas infelizmente a corda rompeu por volta do 47o andar...

Aproveitem! Votem no caso mais ridículo!

segunda-feira, outubro 25, 2010

QI: quociente de ingestão (de álcool)

Esta reportagem aqui da SuperInteressante afirma que duas pesquisas recentes mostraram que crianças consideradas comparativamente mais inteligentes na infância revelaram-se maiores consumidoras de álcool na fase adulta. Ufa, pensei que eu fosse apenas bêbado mesmo...

segunda-feira, outubro 18, 2010

Fazendo justiça com o Padilha

Tinha ouvido falar que o José Padilha, diretor do Tropa de Elite, precisou parar para vomitar no meio da entrevista do Jô Soares, em que ele compartilhava o microfone com o Wagner Mouta, o grande Capitão (depois Coronel) Nascimento.

Quando ouvi isso, fiquei com a impressão de que era um pouco de estrelismo, frescura, ou que já havia subido à cabeça toda a história de proteger o filme da pirataria.

Ontem assisti à sequência do filme e achei espetacular. Diferentemente do que acontece com as segundas partes de um filme bom e polêmico, o Tropa de Elite 2 cresceu, ganhou complexidade e manteve a qualidade. Filme de gente grande mesmo, de grande cineasta, com grandes atores.

Hoje assisti à entrevista no Jô, que está na íntegra no YouTube. Mudei minha opinião completamente. Achei que de fato o Padilha devia estar com um problema físico apenas (que ele até explica, como sendo enxaqueca). Não demonstrou nada de arrogância, foi direto e sincero nas respostas e, já tendo visto o filme, acredito que valeu a pena ele ter investigo em toda a centralização da responsabilidade nele, com toda a proteção dispendida para evitar a pirataria.

Virei fã incondicional desse cineasta e achei que precisava fazer justição com ele e expiar minha culpa através deste canal.

quarta-feira, outubro 13, 2010

Se pelo menos tivesse sido o Chip's...

Ontem, em pleno feriado, paguei um mico. Por volta das 16hs, estava no meu carro, na Av Birgadeiro Luis Antônio, indo em direção à Paulista. Eu queria atravessar a avenida em direção ao centro e, alguns metros antes da travessia, o sinal ficou amarelo.

Eu, brasileiro, solteiro, metido a malandro, achei que era safo e tentei "aproveitar o sinal". No meio do cruzamento, que é longo, os carros que vinham do Paraíso começaram a se mover e eu percebi que não conseguiria concluir a travessia, fazendo uma brusca virada à esquerda, na própria Paulista.

Como malandro só se dá bem no morro, no presídio ou no Congresso, e eu não pertenço a nenhum destes grupos profissionalizados de bandidos, tive um destino diferente. Logo atrás de mim, duas motos de policiais deram sirene e sinal para eu encostar. Quando já estava na faixa da direita, abri o vidro e recebi ordens para encostar no próximo bolsão, depois do ponto de ônibus.

- Documento do carro e carteira de habilitação.
- ...
- Sr. Marcio, o senhor já teve problema com a Polícia antes?
- Não, nunca.
- Desça do carro, por favor.

Ele me pediu para ficar longe do veículo, perto da grade de um portão. Pela primeira vez, me senti um desses sujeitos que são revistados na calçada. Não sei se porque sou caucasiano, mas o policial não chegou a me revistar, somente fez verificações dos meus dados pelo rádio. Não havia nada de errado, nem no carro, nem histórico na minha carteira, nem nada que fosse suspeito.

- ...
- Eu nem preciso dizer pro senhor o que o senhor fez, não é mesmo?
- Não. Eu sei que errei. Fui querer tentar "aproveitar o sinal" e...
- Por 10 segundos o senhor podia ter feito muita bobagem. Causado acidente, matado alguém. O carro é uma arma. Podia ter derrubado eu e o meu colega, atropelado um pedestre...
- ... Me multa e me deixa ir logo - pensei (sempre em itálico).
- Eu pedi pro senhor descer do carro porque é comum as pessoas que estão com carros furtados fugirem da gente no sinal. Mas não foi isso.
- ... Não foi, eu não roubei o carro, só quis economizar tempo e dei azar.

Enquanto eu ouvia o John me passar o sabão, o Poncherello, já com meus documentos na mão, preenchia um talonário de multas. E ele já estava há uns 10 minutos fazendo a ocorrência. Demorava tanto que já deixava o colega sem assunto, uma vez que este logo percebeu que eu não era mau elemento, apenas um cidadão de bem que havia feito uma cagada (graças a Deus, sem maiores consequências).

- O senhor viu esses dias o que aconteceu na TV? Com um sujeito que roubou um carro e fugiu da polícia?
- Não, não vi. O que foi? Me conta porque da próxima vez eu já sei como fugir...
- O sujeito atropelou dois policiais motorizados, depois continuou fugindo, atropelou mais dois policiais de moto, entrou na contramão, bateu em outro carro de polícia, e só parou porque ficou prensado contra um ônibus...
- Nossa, alguém se feriu? Melhor eu continuar sendo simpático. O que eu não preciso é causar emoções fortes ou demonstrar impaciência diante de um fato relevante para o oficial.
- Só escoriações leves...
- Tem gente que é tão do mal que não quer se entregar...
- ... Pois é, não desiste!

Enquanto o John improvisava e fazia sala para mim, em plena Paulista, o animal do Poncherello continuava olhando enigmático para o talonário. O que existe de tão desafiador naquele preenchimento?? E o homem-da-lei prosseguia na sua tentativa de puxar papo.

- Aqui na Paulista é muito perigoso em dia de feriado.
- É mesmo? Por quê? Bom, pelo menos você já viu que eu não sou bandido. Agora quer aliviar. Tudo bem, fiz cagada mesmo, tenho que aguentar quieto. Mas não pense que eu vou pedir pra dar um jeitinho, que eu assumo minhas merdas. Pede lá pro Poncherelo agilizar, vai...
- Tem muito turista, muita gente passeando, achando que como é feriado tá tranquilo. Os garotos sobem lá de baixo, do que seria uma favela, digamos, e sabem que são de menor, que não podem ir presos, aí passam aqui de bicicleta ou de skate e "batem" celulares, carteira, máquina fotográfica.
- Caramba... Porra, Poncherello, tem jeito?...

O Poncherello deve ter tido problemas na escola e não deve ter concluído a alfabetização. Porque não é possível que para copiar a porra da placa, um nome, e fazer um "X" em duas infrações gravíssimas o cara precisasse de tanto tempo. Mas precisava. E foi aí que eu percebi a capacidade de improvisação que a Corporação desenvolve em seus oficiais.

- O clima tá muito estranho, já era pra estar mais quente. O ser humano faz as coisas e acaba vendo as consequências...
- É, é o aquecimento global. O clima tá diferente mesmo. Quer dizer, agora eu vou ter que ouvir comentários sobre as intempéries vindo do narciso-vernize-de-farda. Multa, mas não fode...
- O verão já não foi verão direito, agora o inverno não termina...
- ... E a bicha-alada do seu amigo Poncherello aprendeu a escrever com o Tiririca, porque já faz 15 minutos que o animal de tetas está tentando me autuar e não acaba!  É o tempo tá todo louco mesmo...

Finalmente, o Poncha recebeu uma luz de habilidade grafológica, talvez pela alma do Saramago que estivesse passando pela Paulista, e se aproximou com o talonário. Mas foi o John mesmo que fez as honras.

- Sr. Marcio, o senhor não é obrigado a assinar essas infrações.
Tá louco! Se eu não assinar, é capaz do Poncherello ter que preencher meu endereço, ou qualquer outro procedimento, e o meu saco vai explodir! Me dá essa merda que eu assino! Não, eu vou assinar. Reconheço que errei, não tenho por que não assinar.
- O senhor vai recebê-las de qualquer jeito pelo correio, caso não queira assinar.
- Já falei que vou assinar, tira a caneta da mão do aprendiz-de-Lula e me dá logo essa porra! De forma alguma, eu assino.

Consegui tomar a caneta do Poncherello, que, além de analfabeto, tinha problemas de coordenação motora e ficou se enrolando todo para tirar o papel-carbono do meio das duas vias. Assinei no local indicado e devolvi a caneta. Aí, o Poncha resolveu falar (o que eu já tinha dúvidas se ele era capaz de fazer).

- Além de o senhor ter atravessado o farol vermelho, fez uma conversão proibida, porque não pode entrar na Paulista à esquerda vindo da Brigadeiro.

- Entendi. Eu assinou a outra também... Ainda bem que eu sou extremamente educado, senão vocês iam me multar por desacato à autoridade. Se fosse o caso eu ia me recusar a pagar inteira: o John até que foi profissional, mas esse Poncherello tá de lascar! Toma, enfia no cu esse canhoto...
- A segunda via é do senhor.

E lá se foram mais uns dois minutos para que Poncha, o malabarista escritor, conseguisse destacar as minhas vias. Com as cópias das infrações assinadas e meus documentos de volta, fui autorizado a voltar para o carro e dirigir com cuidado.

- Sr. Marcio, obrigado, lembre-se que o seu carro é uma arma! 10 segundos podem fazer muita diferença.
- Tem toda razão. Obrigado. E deixa eu ir logo embora que já perdi até o tesão de passear de carro. Aproveita para matricular o Poncherello no Mobral. Eu sei que fiz merda, mas a pior parte é essa rotina de conscientização.

Entrei no carro, dei seta, voltei para a Paulista. E não fiquei, pela primeira vez na vida, na faixa da direita, disputando espaço dos ônibus. Vai que o Poncha consegue escrever melhor em cima da moto... Não sei. Ainda acho que se eu tivesse sido abordado pela dupla do Chip's a história seria muito mais interessante. E o Poncherello deve saber escrever direito...

Extra! Extra! Tiririca foi à Esperanza

O último mineiro chileno esqueceu sua carteira no buraco. Estou liderando um movimento para enviar o Tiririca na capsula Fênix para tentar resgatar o objeto esquecido. (Parece que a Fenix só consegue fazer mais uma viagem no tubo. Quem apoia?)

Finalmente, a luz!

Resgataram com sucesso os 33 MINEIROS que estavam soterrados no Chile. Houve muito esforço, comemoração e discursos acalorados. Só não foi esclarecido por que que um banco de gente sai lá de Minas Gerais para se enfiar num buraco tão fundo em outro país... Que gente sem noção! Isso é resultado de burrice com falta de informação...

domingo, outubro 03, 2010

Última tentativa

No contexto político atual, achei este texto sensacional de José Danon, republicado no blog de Julio Bahr. Duas grandes cabeças lutando, talvez, em vão. Que bom. Vale a pena conferir através deste link.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Ziraldo, telegrama para você

Como a maior parte das pessoas da minha idade, conheci o Ziraldo através do livro "O menino maluquinho". Na época, adorei o livro, mais pelas ilustrações que pelo texto (que já achava um pouco bobo, mesmo sendo criança).

Apesar do impacto daquela obra, não li nenhuma outra criação do autor, por absoluto desinteresse. A participação dele no Pasquim, que poderia ter-me interessado, já havia caído no esquecimento quando virei gente grande. Foi assim que o Ziraldo virou apenas um escritor-cartunista polêmico e tão maluquinho quanto seu personagem mais famoso.

Ao longo dos anos, fui colecionando observações da esquisitice do artista. Marcas comuns sempre foram a defesa incansável da leitura desde o ensino fundamental (bandeira muito louvável, por sinal) e a total apologia contra as novas (e até as já antigas) tecnologias (esforço inútil e equivocado, ao meu ver. Resistência, eu entendo; aversão, até aceito. Mas apologia contra, acho lamentável.)

Exemplo da primeira mania ziraldista: sempre fez palestras, entrevistas e declarações públicas de incentivo à leitura (não apenas de seus livros, mas geral) e elogiou o trabalho dos professores, cuja missão primeira, segundo o autor, é a alfabetização, acompanhada do despertar do desejo pela leitura. "Ler deve ser igual a comer, beber e respirar", argumenta recorrentemente o pai do Menino Maluquinho.

Com relação ao repúdio às tecnologias, também são repetitivos os exemplos: "só uso máquina de escrever, não gosto do computador"; "não acredito que o e-book vá substituir o livro em papel, o livro é insubstituível"; afirmava reiteradamente o escritor, sem preocupação em ser polêmico.

Lembro inclusive de entrevista memorável ao Roda Viva, da TV Cultura, em que o Ziraldo discutia com um jornalista jovem do Estadão sobre o e-book. Todo argumento do artista a favor da versão em papel (por exemplo, a vontade de fazer anotações no livro, o gosto por ler ao sol, o apego à maleabilidade do volume) eram refutados pelo jornalista prontamente (respectivamente, é possível inserir comentários no livro eletrônico, a tela pode ser antirreflexiva, os e-readers serão dobráveis como o papel). Como não queria perder, Ziraldo apelou (e ganhou): "mas e se eu estiver lendo no banheiro e faltar papel, o e-book me atende?"

Embora sempre questionável e intransigente, o Ziraldo era razoável. Mas agora, vendo suas últimas afirmações, parece-me, que ele está se excedendo. Em outras palavras, ficou gagá, ou perdeu de vez a paciência com a opinião dos outros e só quer saber mesmo das suas crenças (ainda que sem bons argumentos para sustentá-las).

Recentemente, Ziraldo mandou as seguintes pérolas:
A internet é o antro do débil mental. Só tem idiota na internet. (...) A linguagem cifrada é para imbecil! (Confira aqui)
A internet é nova (...) e o ser humano ainda não sacou o que fazer com isso (...). A maior utilidade é a pesquisa (...). Se eu quiser saber como é a bandeira da Dinamarca, eu entro no google (...) O convívio do ser humano com a internet está criando um ser muito próximo do imbecil (...), dificilmente você vê uma pessoa brilhante nessa merda (sic). Eu acho o internauta um babaca.  (Confira aqui)
Ler é mais importante do que estudar (...) porque se a pessoa não souber ler não tem como estudar...  (Confira aqui, no finalzinho)
Esses exemplos mostram que de fato o personagem tomou conta do criador e, infelizmente, o bom velhinho esclerosou de vez, ou recebe a visita daquele alemão (o Alzimer), ou ambos. O importante é que a internet está aí, quase sem utilidade, sem aplicação prática na vida das pessoas, mas firme e forte, ainda que gerando a dúvida na mente dos indivíduos: "o que fazer com esta invenção quase inútil e imbecilizante?".

Eu até entendo que a gente fique cansado com tantas novidades e não acho que devamos necessariamente aprender e nos tormarmos experts no uso de qualquer tecnologia. Pessoas envelhecem e merecem descanso e compreensão. Mas também não acho preciso esculhambar aquilo que não conseguimos compreender. Bastaria dizer: "acho bom ver a evolução do homem, mas já não me envolvo, nem me empolgo, com as invenções tecnológicas recentes". Custaria dizer isso? Que menino maloquinho, não?

De qualquer forma, para quem quiser ignorar a opinião pessoal do autor e optar por investir na leitura de seus livros novos, basta comprar o e-book, já disponível (por exemplo, através deste link). Afinal, o autor pode ficado maluquinho, mas a Editora Melhoramentos, não.

quinta-feira, setembro 23, 2010

Tô vendo tudo!



O Meu País
Zé Ramalho
Composição: Livardo Alves - Orlando Tejo - Gilvan Chaves


Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram-se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país

Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país

Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país

Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio-x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o brasil em mil brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Oscar 2011

Antes mesmo de começar a disputa pelo maior prêmio do cinema internacional, o Brasil começou com palhaçada. O filme que vai representar nosso país na categoria "Melhor Filme Internacional" é "Lula, o filho do Brasil".

A produtora do filme, Paula Barreto, adorou a notícia (claro!), alegando que "finalmente o filme foi visto como o que é: nada além de uma boa história, um bom filme". Entendo a felicidade da produtora, que apesar de suspeita é uma profissional dedicada, que almeja o sucesso. Mas não poderia discordar mais dela.

Um filme sobre um presidente da república, qualquer que seja, não é apenas um filme. Em se tratando do Lula, particularmente, menos ainda. Em primeiro lugar, uma biografia de uma figura política ainda viva é, mesmo que não intencionalmente, uma peça política, que alimenta amores e ódios de todo tipo. Sendo o Lula uma figura carismática e ainda atuante, piora muito o cenário. Sendo um sujeito sem estudos que ganhou o poder, ainda pior. Sendo o presidente o maior garoto propaganda da candidata petista à renovação do cargo, aí não tem desculpa mesmo: não é mesmo apenas um filme; é, na melhor das hipótese, oportunismo político.

Se o filme é bom, não sei, porque não tive a menor vontade de assistir (assim como dezenas de pessoas que conheço). Todo brasileiro conhece a história dele e a menos que fossem desvendadas facetas desconhecidas do protagonista, o que não acontece na película, a curiosidade pela história é baixíssima. Basta dizer que o filme foi um fracasso de bilheteria (apenas 1 milhão de ingressos, bem menos que outros concorrentes brasileiros), porque concorreu com "gente grande" (Avatar) e foi colocado nas salas de exibição em ano de eleição.

O argumento a favor da escolha é, ao meu ver, fraco. Dizem que o filme desperta o interesse dos estrangeiros, porque é um épico, mostra uma história de superação. Também chama a atenção porque custou muito pouco (US$ 6 milhões) e foi rodado muito rápido (8 semanas). Mais uma vez, investimos em nossa imagem internacional pautados pela cultura do "pobre, porém limpinho": história de homem simples que chegou lá, feita com recursos escassos, com muito sacrifício, sem reconhecimento do público, nem da crítica, mas, pôxa, pelo menos saiu e representou o país! Que coisa mais brasileira, né, gente?

Embora eu me compadeça da esperança da Paula Barreto, que acredita que a indicação favoreça a recuperação do diretor do filme, Fabio Barreto, de um coma em que se encontra por causa de um acidente desde antes da estréia do filme, não consigo ficar feliz com nosso representante no Oscar. Lamento politica e artisticamente. Preferia um filme que mostrasse que o Brasil pode se destacar por ter coisas boas e não por ter exceções pitorescas. Preferia um cinema mais argentino (e olha que eu sou dos que mais assistem filmes nacionais).

O pior é que com o "rabo" que o Lula tem, é capaz de a gente ganhar a estatueta!

Atendendo a pedidos

Ok, eu reconheço que tinha me empolgado um pouco na hora de refazer o layout do blog. A madeira de fundo estava dando enjôo a algumas pessoas. Vencido pelas reclamações, voltei aos tons pastel. Hmpf!

segunda-feira, setembro 20, 2010

Melancólica V

Melancólica IV (Sorry, I can't help it!)

Melancólica III

Melancólica II (ou I love YouTube)

Melancólica I

Insistem em votar no nosso... #006

Eu esperava que fosse diferente, mas tudo indica que as eleições 2010, em São Paulo, começam e terminam em 03 de Outubro. Nem com os desastres da Casa Civil, a Dilma cede. E vai ter Netinho, Tiririca, Mulher-Pêra e outras aberrações no poder. Na boa, o Lula precisa morrer logo, senão o Brasil todo vai se nivelar por baixo. Começou com a idéia de que não precisa ter educação para ser Presidente. Se expandiu para o não precisa ter ensino fundamental para ser Legislador. Não precisa ter histórico na política, nem idoneidade para ser Presidenta. Nem precisa ser honesto para ter cargo público. Nem precisa estar vivo para receber aposentadoria. Nem precisa estudar para passar de ano. Nem precisa saber ler para ser bem sucedido. Nem trabalhar para ganhar dinheiro. Nem saber música para ganhar prêmio. Nem ser engraçado para ter programa humorístico. Nem ter assunto para ter blog. Nem nada mais...

sexta-feira, setembro 17, 2010

Sinal dos tempos (em tempo)

Canal: MTV
Prêmio: VMB 2010
Resultado: RESTART leva 5 prêmios (todos os que estavam concorrendo)
(Repito: CINCO PRÊMIOS!)

Próximo passo da "banda": Estão gravando em Espanhol, para incomodar todos os nossos hermanos e mostrar que quando brasileiro decide fazer merda, não tem pra ninguém.

É o fim definitivo da música brasileira... e latinoamericana.

Sinal dos tempos (revival)

Canal: MTV
Prêmio: VMB 2010
Categoria: Artista do ano
(Repito: ARTISTA DO ANO)
Vencedor: Restart
(Repito: RESTART)

É o fim definitivo da música brasileira.

quinta-feira, setembro 16, 2010

Exame de vista

Para testar a vista dos eventuais visitantes deste blog criei um layout novo com muita informação visual. É um teste de resistência. Podem xingar, se for o caso.

domingo, setembro 12, 2010

Insistem em votar no nosso... #005

Esta semana tivemos 2 debates. Um deles, feito pela parceria Estadão-Gazeta, o outro, feito pela dupla Folha-Rede TV. O que mais me chamou a atenção foi que eu só fiquei sabendo dos dois debates no dia, depois de inciados. E olha que eu normalmente acompanho as campanhas. Igualmente espantoso foi que no dia seguinte ao primeiro debate ninguém com quem conversei havia sequer ficado sabendo disso. O que está acontecendo? Será que agora que temos acesso a informação através de vários meios é que mais ficamos desavisados sobre as discussões políticas? Que desgraça!

sábado, setembro 04, 2010

Frase lapidar

Só para registrar a frase de um ciclista de X-Game, de 27 anos, que disse já ter realizado todos os seus sonhos, por já ter ficado em 2o lugar em 2 campeonatos em 2008, conquistado outro 2o lugar em 2009 e ter recebido o convite para participar de novo do mesmo torneio em 2010. Segundo o atleta, tudo aconteceu de forma inesperada, embora tenha havido muita dedicação.

Mas o bom é que ele já realizou todos os sonhos e nos brindou com uma frase lapidar:

"Mano, o que vim agora é lucro!"

Não ri, gente! É sério... Pô, não ri!

Descobri um novo movimento que preciso apresentar aos meus amigos. É chamado de "Os Abravanas" ou "Os Abravanistas". O nome do movimento faz menção ao nome real do Silvio Santos e foi cunhado por um desocupado, digo, artista plástico alternativo e ex-arquiteto, chamado Risk Castro.

Esse idiota, digo, artista criou o movimento logo após o término do sequestro da filha de Silvio Santos. A menina veio a público descrever a experiência e acabou falando bem dos sequestradores, como aliás acontece com frequência. Isso que os psicólogos chamaam de Síndrome de Estocolmo, foi visto pelo pateta, digo, pelo ex-arquiteto e maluco aleatório, como sendo um ato de desprendimento e de superação. E a partir disso, o animal de tetas, digo, o circense Rick bravou: "Gente, eu vou mais é Abravanar!".

Com esse comportamento brilhante, o inútil atacado, digo, o pantomímico ator convidou uma trupe de escrotos, digo, entusiastas, apresentou o "movimento" e começou a sair com essa corja, digo, galera, fazendo performances. Ah, sim, o movimento consiste em pintar o rosto e vestir tecidos coloridos e brilhantes e dançar de forma estúpida, digo, performática, em locais públicos da cidade.

Os Abravanas não são dançarinos, não são atores, não fazem protestos, não querem ser revolucionários, não captam dinheiro, não geram benefícios a ninguém, não influenciam pessoas, não promovem a paz, não ajudam o meio-ambiente, não contribuem com o social... nada... eles não têm objetivo: só querem abravanar!

Minha opinião? Porra, sei lá, caralho! Já não sei como foi que aguentei escrever essa merda toda até aqui, vou ter que elaborar uma opinião ainda???? São fora, sei lá, eu só quero aaaaa-braaaa-vaaaaa-naaaaar!!!!!

sexta-feira, setembro 03, 2010

EXTRA! EXTRA! Deu a louca nas montadoras!

Quando estava escolhendo meu último carro, fiquei muito em dúvida entre 3 opções. O noticiário de hoje me confirmou que tomei a decisão correta...



Ferrari faz recall de 1.248 carros que pegaram fogo (link)





Jaguar faz recall devido a falha no sistema de combustível (link)



... sabia que o Stylo da Fiat era muito mais carro!

Insistem em votar no nosso... #004

Nesse clima gostoso de eleições, achei que faria sentido estender o pleito para uma disputa menos nobre mas, com certeza, mais estúpida - pela lei das compensações, quando o destino fecha uma porta, o acaso bate uma janela!

Peço aos que leem esta bagaça que leiam as 3 notícias abaixo e escolham a situação menos escrota. Vai ser difícil, mas também será um treino importante para quem vai ter que em breve escolher entre Serra, Dilma e Marina...

Notícia escrota e bizarra no.1:


Em 1891, um acidente de trem em Statesville, Carolina do Norte, matou 30 pessoas. Um grupo de pessoas com muito pouca coisa para fazer, passou a frequentar o local no aniversário da morte dos acidentados, movidos por uma lenda de que um "trem-fantasma" podia ser ouvido no local, com direito a apitos e agonia dos passageiros.
Parece que o trem-fantasma não apareceu, mas de fato foram ouvidos apitos, vindos de um trem de verdade, que feriu 12 pessoas e matou Christopher Kaise, 29 anos, entusiasta da lenda. Interessante...

Notícia escrota e bizarra no.2:


O líder espiritual do vilarejo Sewfi Aboduam, em Gana, teve o pênis transformado em vagina, com direito a aparelho reprodutório feminino completo. Kwabena, o líder, que após a mudança de sexo passou se chamar Abena, não apenas mudou de sexo mas também deu à luz uma menina, Apomasu. A explicação é simples: aos 13 anos, Kwobena foi possuído pelo deus de um rio local, que o transformou em líder espiritual sob a condição de que ele não fizesse sexo com mulheres (afinal, já estava casado com um deus). Aos 24 anos, ele contrariou o deus, beliscou uma mulher e, certa noite, foi surpreendido com uma vagina no lugar do pênis. Agora o(a) líder se casou com um homem, que é na verdade o pai do bebê. Faz sentido...

Notícia escrota e bizarra no.3:


Um americano de 68 anos, morador de Stuart, nos EUA, bebeu além da conta e arrumou uma confusão enorme, que culminou na sua prisão, no mesmo município. De acordo com a polícia local, Richard Bialon, o tal bêbado, estava "bastante intoxicado" e tendo uma "discussão obscena", no estacionamento de um posto de gasolina, com uma bicicleta. Sim, a esponja alcoólica deixou "os clientes do posto bem incomodados com os gritos e a discussão obscena", que ele travou com umA BICILETA, como descreve o boletim de ocorrência. Richard foi autuado por desordem pública associada a embriaguez. A bibicleta foi liberada após o depoimento e passa bem...

E aí? Qual é o seu voto???

terça-feira, agosto 31, 2010

Insistem em votar no nosso... - #003

Vejamos:

1. Tirirca, pior do que tá num fica. Você já votou no que não presta; Tiririca é o que resta.

2. Ronaldo Esper, 3636, alfinetando o congresso por vocês.

3. Trindade: vote em quem fala a verdade.

4. Felicidade igual nunca se viu. Vamos fazer por Sao Paulo o que o Lula fez pro Brasil.

5 ....

Nas próximas eleições, devemos abolir a rima:
Já são tantas invenções e tanta gente que as exprima,
Que perdemos as convicções de que o bom gosto se imprima.
Já não pulsam mais corações, pela política ninguém se anima.
Chega de parlapatões! Expulsemos essa pantomima!
Abaixo os políticos podrões; os honestos que há, acima!
Sei que não temos opções e o desespero já se aproxima;
Que só há candidatos ladrões, destruíram nossa autoestima.
Entendo que, entregues aos leões, nossa fé já se dizima,
E que em não havendo senões, a escória se legitima:
Com o tempo, ratos saem dos porões: já não há quem os oprima!
Me incomoda essa sensação de esmurrar ponta de espada de esgrima,
Mas repito: pobre a nação cujo direito de voto se suprima.
No Brasil existe eleição (o sufrágio aqui sempre se confirma),
Mas não vejo opção: só tem comediante, mulher-fruta e "prima".
Não sei quem bolou o jargão, esse hábito que a gente lastima
De achar que conquista o povão o candidato que faz mais rima,
Mas basta de aporrinhação, que eu já tô perdendo o clima...

segunda-feira, agosto 23, 2010

Insistem em votar no nosso... - #001

Acompanho de perto as campanhas eleitorais há muitos anos, desde uma idade em que isso nem era muito comum.

Cheguei a imitar várias vezes, pelos corredores do colégio, a mão trêmula e a voz frágil do Jânio. Tive a oportunidade de fazer, em teatro da escola, o Rivailde Ovídeo, com óculos de natação e voz esganiçada, perguntando pelo Montoro. Tudo com muita naturalidade, naquela época.

Mas acho que hoje não seria capaz de repetir o mesmo feito. Como é que eu iria representar o Tiririca? Com que cara eu posaria de Netinho? Quem se sujeitaria a fazer o papel de Mulher Melão? Onde encontraria coragem para reproduzir o neto do Enéas?

Infelizmente, na atualidade, ninguém tiraria mais risos de nossos toscos candidatos do que os próprios originais. Mas vou tentar postar algumas considerações relevantes (como sempre!) neste fundamental canal eleitoral!

Como estréia desta série, relembro Rivailde Ovídio, para quem não conheceu ou já se esqueceu dele.

sábado, agosto 14, 2010

Vamos abatê-la a tiros

Pois é. Quando a Vanusa fez aquele papelão cantando o Hino Nacional Brasileiro, veio um monte de gente defender, dizer que o hino é difícil, que estavam pegando no pé da véia, que isso, que aquilo.

Agora, depois de ver o vídeo abaixo, concluo que: ou a Vanusa ainda não terminou o tratamento e continua tomando algum remédio muito sinistro, ou ela precisa de uma injeção letal para acabar com o sofrimento (e com a bebedeira).

Julguem vocês mesmos...

domingo, agosto 08, 2010

Feliz dia dos Pais!

A todos os meus amigos e parentes que já tiveram a felicidade incomparável de conhecer a paternidade. Particularmente, parabéns ao meu pai (que não lê este blog) e ao meu irmão, que virou pai recentemente (e que também não lê este blog).
Muita força sempre a todos os pais!

sábado, julho 24, 2010

Amaury Jr vai virar picles

Conheci muita gente que bebe. Mas é impressionante como o Amaury Jr é uma das pessoas públicas que mais sorve o álcool. No caso dele é complicado porque ele bebe e depois vai filmar. Alguém precisa explicar que é mais fácil ele entrevistar todo mundo no início da festa e só depois se jogar na manguaça.

Exemplo espetacular disso foi a entrevista dele desta noite. Entrevistou a atris Luisa Tomé, que está em cartaz com uma peça que fala sobre dilemas femininos, no meio de uma festa (e não no início, como manda a melhor prática). Desta vez, não somente ele estava totalmente mamado, como a entrevistada também não ficou para trás. Cena patética: os dois falando com a boca mole, fingindo simpatia e sobriedade.

Vejam que cena, a partir do minuto 6:45...

sábado, julho 17, 2010

Saudade do cheiro dele

Uma senhora de 91 anos da Pensilvânia (abaixo) tem alguma dificuldade para enfrentar a morte - e uma facilidade danada para abrir buracos na terra.

A viuva Jean Stevens, que perdeu o marido há 12 anos, desenterrou-o do cemitério próximo onde estava sepultado e passou a mantê-lo na garagem de sua casa, conservando-o com um bálsamo caseiro e perfumes. A velhinha acredita que enterrar a pessoa significa "adeus para sempre", o que não acontece deixando-o (ainda que morto e putrfante) ao alcance de seu toque e sua visão.

Por isso, como a idéia estava dando super certo, a vovó repetiu a dose, com sua irmã gêmea, que morreu há alguns meses apenas. Nesse caso foi mais fácil, porque ela havia sido enterrada na área externa da própria casa. Como ainda está recente, a senhoria tirou a irmã morta (e em decomposição) do quintal e transferiu para um sofá, que fica na sala mesmo. Isso porque a falecida era claustrofóbica e ficar em um caixão fechado para sempre era horrível, "sufocante, mesmo que você não esteja respirando".

Apesar de profundamente "tan-tan", a velhinha não sofreu represálias severas. As autoridades removeram os corpos de sua casa e prometeram devolver mediante a contrução de uma cripta. Tudo que ela quer é voltar a ter contato com seus entes queridos (e meio corroídos pelos vermes): "Bem, eu sinto de maneira diferente em relação à morte".


Jean Stevens mostra foto dos anos 1940 em que ela aparece ao lado de seu falecido marido, James, fora de sua casa em Wyalusing. (Fonte: G1)

segunda-feira, julho 12, 2010

Diário da Copa no Brasil 001 - A voz do polvo é a voz do adeus

(Vai dar no noticiário, daqui a três anos...)

Na madrugada de hoje, quando o Brasil se encontra a 94 dias do início da Copa do Mundo de 2014, o mundo dá adeus (ou à Deus, no caso) para o maior ícone da Copa de 2010, o até então infalível vidente, e molusco até debaixo d'água, Polvo Paul. O oráculo alemão vinha demonstrando sinais de moleza intensa há cerca de uma semana, após sua primeira gafe preditiva desde que foi revelado ao mundo como o grande bastião da antevisão, durante o torneio na África do Sul.

No final do mês passado, após atribuir erroneamente a vitória ao Bayern de Munique perante o Borussia Dortmund, que na verdade defenestrou a equipe da Bavária com 3 gols a zero, o octópode pegajoso fez cara de peixe-morto e se aninhou atrás da chuteira que lhe foi presenteada, em 2010, pelo ídolo alemão, e também molusco, Miroslave Klose. O segundo lugar no ranking de maiores goleadores em Copa do Mundo teria percebido, durante sua visita ao aquário, que o invertebrado marinho mais famoso do mundo não passava bem. "Quando voltei ao Sea Life, após anos sem vir ao Oberhausen, percebi que Paul andava meio grudento, cheio de dedos. É difícil de engolir uma coisa dessas!", afirmou Klose, mastigando uma vieira no canto da boca.

A pouco mais de 3 meses da estréia da Copa, a notícia foi recebida pela organização do evento no Brasil com tristeza, mesmo diante de um cronograma de obras de infraestrutura com 90% de atraso. "A gente sempre sabíamos que só vai dá pra ter um único estádio concluído até o início da Copa e que vai ter que usar a Vila Belmiro na final, mas essa história do polvo é muito sinistra. Mesmo sem aeroporto, sem estádio e sem ônibus, a gente não conseguimos pensar em outra coisa a não ser a morte do Paul. É como dizia o Maradona: a voz do polvo é a voz de adeus!", lamentou Nem, chefe da Rocinha e presidente do Comitê Anárquico de Gatunos Asquerosos e Dementes Atuantes na Copa, o "CAGADA NA COPA". A entidade responsável pelo evento no país decretou luto de 3 meses em homenagem ao molusco falecido.

Mas o mal presságio sobre a próxima edição da maior festa do futebol internacional teria começado muito antes de o CAGADA NA COPA declarar o abandono das chuteiras previamente ao jogo de estréia. Testemunhas afirmam que Paul vinha se escondendo frenquentemente atrás de seu pum em forma de jato negro, provavelmente por ter ele previsto a grande vergonha da Copa no Brasil, além de saber que seus dias de Mãe-Diná estavam contados. O cefalópode veio a falecer no meio da madrugada, longe dos amigos, sob o olhar vingativo de um sururu fugidio, que há meses se esquivava dos tentáculos gordurosos do molusco.


(Em tempo: um polvo vive no máximo 4 anos. Sorte do Paul que não vai presenciar a vergonha de espetáculo que vai ser a Copa no Brasil. E sorte do mundo que eu não sou jormalista...)

sábado, julho 03, 2010

Copa do Mundo 2010 - Mitos e Descobertas Embasbacantes - Parte 5

Há 2 semanas falava-se em "copa do mundo sulamericana", dizia-se que as seleções da América do Sul eram muito superiores. Cheguei a ouvir o próprio Dunga dizer que não sei qual país européu tinha jogado igual a um país sulamericano. Onde foi mesmo que foi parar esse favoritismo bairrista?

terça-feira, junho 29, 2010

Copa do Mundo 2010 - Mitos e Descobertas Embasbacantes - Parte 4

Já estava esquecendo desta... frase vingativa:

Em 2006, Itália e França se encontraram na final. Em 2010, encontraram-se no aeroporto...

Copa do Mundo 2010 - Mitos e Descobertas Embasbacantes - Parte 3

Sempre tive o desejo velado de ser um celular paraguaio, mas nunca soube o motivo. Hoje, no jogo do Paraguai contra o Japão, a explicação finalmente apareceu vindo do meio da torcida.


Modelo paraguaia, Larissa Riquelme, dando guarida ao seu bem afortunado celular

segunda-feira, junho 21, 2010

Copa do Mundo 2010 - Mitos e Descobertas Embasbacantes - Parte 2

Uma das grandes dúvidas dos expectadores do mundo todo diz respeito àquela que seria a grande favorita para vencer a Copa.

Seria a Alemã ou a Holandesa? A Italiana gera dúvida, mas acaba ganhando um lugar de destaque. E, claro, não podemos deixar de prestar homenagens à Brasileira... Bom, eu realmente não tava torcendo pela Francesa, mas se essa seleção inteira aí embaixo quiser ir pra casa, é só me avisar antes pra eu poder fazer uma boa recepção!

Copa do mundo é mesmo sensacional!

Alemã


Holandesa


Italiana


Brasileira


Francesas, indo pra (minha) casa, espero!

sexta-feira, junho 18, 2010

Copa do Mundo 2010 - Mitos e Descobertas Embasbacantes - Parte 1

Todos sabem que sou profundo admirador e conhecedor de futebol. Em época de Copa, fico ainda mais estressado durante os jogos. Haja vista, por exemplo, que naquele Brasil x Argentina de 1990, em que o Brasil foi eliminado da Copa, eu cheguei a dormir durante o jogo de emoção! E tinha gente na minha casa!!!

Mas mesmo sendo fanático, acho que é preciso ter cautela. Por isso, resolvi aguardar alguns jogos para iniciar esta série de sensacionais posts com informações muito úteis àqueles que são também apaixonados pelo esporte bretão. Aqui, farei revelações estarrecedoras, no tempo certo. Esperem e verão.

Até aqui, o que já pude perceber desta Copa é que existem alguns favoritos, alguns deles são seleções com tradição no esporte, e alguns azarões. Em alguns jogos, os favoritos frustraram a expectativa e perderam, enquanto alguns azarões surpreenderam a todos com a vitória sobre uma equipe considerada superior. Mas, de concreto mesmo, só dá pra falar em vencedor depois de completados todos os jogos da competição. E isso, só vai acontecer no dia 11/Julho (se não houver nenhum imprevisto).

Aguardem mais informações importantes em breve. Fiquem atentos!

domingo, maio 30, 2010

Back in the stage

Fazia um bom tempo. E foi só uma canja. Mas eu fiquei bem satisfeito. Uma banda de um amigo meu fez show hoje, no Little Darling, em Moema, e eu subi no palco pra fazer um violão base de duas músicas. Foi coisa simples, mas foi bacana. É sempre bom dedicar algum tempo à música.

quarta-feira, maio 19, 2010

Que filhos da NET!

Eu não gosto da NET. Os produtos eu acho até bons, na média, mas o atendimento é de descascar a pele do saco com canivete!

Já liguei e briguei algumas vezes. Xinguei a moça, ela bateu o telefone na minha cara. Desmarcaram 3 ou 4 visitas e me deixaram esperando em casa que nem um idiota (maior do que já sou).

Agora confiram a última:
- No dia 12/Maio liguei pra solicitar um upgrade de pacote (sim, eu quero pagar mais pra eles!) que requer mudança de decodificador.
- Pedi para agendar a visita técnica num sábado. Como não havia disponibilidade no dia 15, agendei para o dia 22.
- No dia 17 (segunda-feira!), apareceram no meu prédio. A Fraunline me ligou perguntando se podia deixar entrar. Como eu não tinha agendado naquela data, disse que não (fiquei com medo que fosse assalto).
- No dia 19 liguei pra confirmar o agendamento. De fato, a visita do dia 17 não era pra mim, foi tentativa de assalto, eu acho. Eu deveria estar preocupado, mas tenho mais medo da NET que dos assaltantes.
- No entanto, confirmaram que meu agendamento era para dia 24 (outra segunda-feira!). Eu disse que havia engano e pedi pra corrigirem. Só que não tinha mais disponibilidade em 22, ficou pra 29.

Em resumo: pedi no dia 15 e, se tiver sorte, conseguirei no dia 29. Isso porque foi um pedido de upgrade (que é igual a pagar mais pra ficar mais puto).

Com isso, acabei forjando um novo xingamento: "Vá pra NET que pariu!".

Mais aliviado, quero entender que história foi essa de aparecer um "técnico" falando ser da NET, sem ser de fato. Sinistro...

Desta vez a Fraunlein se excedeu

Eu normalmente acho "fofo" (whatever that means) o tipo de mensagem que a Dona Faxina (apelidada gentilmente de Fraunlein) deixa no meu C.A.D.E.R.N.O. (Canal Aberto Dedicado ao Envio de Recados e Novas Orientações).

Normamente, ela escreve com erros de Português e de forma meio despachada, meio arrogante, mas sempre fica no limite do que eu considero aceitável.

Por exemplo, teve aquela vez que ela meio me deu bronca, meio me bajulou, o que na média ficou "fofo". Teve outra em que ela meio me cobrou aumento, meio me esculhambou, que acabei aceitando pela assertividade.

Mas desta vez, ela exagerou. Eu classifiquei essa mensagem como meio forçou a barra, meio chutou o pau da barraca. Confiram aí abaixo.

marcio vamos
fazer negocio na quele homtiti
se estive prestando quanto vc quer nele
tial
obrigado

quarta-feira, maio 12, 2010

SAVE THE DATE (or the year, at least)

Atenção! Está quase chegando o grande dia (pra mim) do Open House do Giacca!
Nessa oportunidade, os seres humanos convidados (e até os demais presentes, por que não?) terão o prazer de compartilhar momentos de descontração, entusiasmo e, pasmem!, excitação! Será um grande congraçamento, que não poderá ser perdido! Aguardem o convite em breve!!!

segunda-feira, maio 03, 2010

Update

Já troquei 30 figurinhas desde o post anterior. Segue figura atualizada.



E aproveito pra dizer as figurinhas repetidas que tenho (às vezes, mais de uma repetida do mesmo número):
3, 11, 15, 19, 23, 26, 39, 45, 75, 91, 107, 110, 123, 124, 135, 143, 172, 176, 181, 184, 192, 197, 200, 218, 222, 231, 231, 232, 232, 236, 245, 246, 274, 281, 281, 282, 290, 297, 328, 389, 440, 445, 273, 475.

segunda-feira, abril 26, 2010

Claro que não!

Eu já sou adulto, maduro e não vou me deixar levar por uma bobagem dessa de colecionar figurinhas da copa da África. Até porque eu nem gosto de futebol e torço para o Santos. Espero não ter que explicar isso de novo!

Mas enquanto isso, segue a lista de figurinhas faltantes:



Quem tiver alguma dessas, me avisa, que eu dou um jeito de trocar!

sexta-feira, abril 16, 2010

Grande piroca vulcânica

Estamos quase terminando o treinamento, quando meus colegas de Dublin comentam que não vão poder voltar pra casa. O pequeno vulcão islandês que resolveu entrar em erupção hoje espalhou merda vulcânica pra todo lado, impedindo os Europeus (grande parte da turma) de voltarem pra casa. Vai ter muito europeu perdindo em Chicago nos próximos dias.

Até este exato momento, os únicos vôos cancelados para o Brasil foram as conexões via Europa (Londres, Amsterdão, Paris). Estou voltando pra São Paulo (se tudo der certo) via Atlanta, portanto não devo ter problema.

Agora, a imagem abaixo impressiona. Já imaginou um avião que estivesse passando por cima dessa nuvem da foto bem na hora da explosão? Isso sim seria uma grande piroca vulcânica! Se a erupção tivesse sido na Polônia, eu diria que nem seria preciso olhar a caixa-preta.

quarta-feira, abril 14, 2010

Iggy, the i-Cat

Para quem gosta de felinos, finalmente um bom motivo para comprar o i-Pad. Não é simpático?

Saint Charles

Esta semana estou participando de um treinamento sobre como fazer negócios, patrocinado pela Accenture. É um curso que nos coloca à prova em simulações bastante realistas de situações comuns no nosso dia-a-dia: como entender os clientes, como reagir em situações adversas, que postura adotar diante de situações constrangedoras, etc. Um treinamento muito bem estruturado, interessante e útil no meu trabalho.

Mas a parte que mais merece destaque é o fato de ser num centro de treinamento global, que fica na cidade de Saint Charles, subúrbio de Chicago. A localização e o fato de a empresa ser norte-americana dão o tom das atividades: muitas simulações de vendas de projetos de consultoria, com interlocutores que são do C-Level de empresas americanas e se voluntariam a participar como "coachs" nesse treinamento.

A barreira cultural e da língua se somam aos demais desafios do curso. Em minha sala, há uma maioria de estadounidenses, muitos ingleses, alguns australianos e irlandeses, além de uma minoria de outros países (Cingapura, Índia). Eu sou um dos poucos da sala que não são nativos no idioma e acabam perdendo um pouco de informação nas interações. Eu até que falo bem o Inglês (e os nativos comentam isso), mas tenho um "handicap" natural por vir de outra cultura e não ter nascido falando inglês.

Ontem, durante uma das reuniões com um "cliente", o CIO de uma montadora americana, achei que tive um ótimo desempenho. Ao sair da sala, meus colegas que assistiram a simulação me cumprimentaram dizendo que havia sido muito boa minha atuação. Logo em seguida, fui chamado pelo "cliente" para fazer uma sessão de feedback. Ele olhou pra mim e disse que parecia que eu não estava natural, que estava processando algo na minha cabeça enquanto falava com ele e isso tinha passado falta de credibilidade. Em resumo, eu tinha falhado, em grande estilo e não tinha sequer notado (e meus colegas também não).

Ficou o aprendizado de que nas interações humanas, a percepção é a verdade. E nem sempre conseguimos expressar o que temos de melhor e ser entendidos claramente. Achei que tinha arrebentado e numa situação real num cliente, eu teria iniciado um processo irreversível. Relacionamento é tudo, em qualquer lugar do mundo.

E o "cliente" ainda me disse, pra terminar de me esculhambar: "e não use a barreira da língua como desculpa, porque você fala inglês melhor do que muitos nativos que eu conheço. Quando estiver na sala, falando comigo, deixe qualquer outro pensamento do lado de fora". Lição aprendida (ou não).

terça-feira, abril 13, 2010

Crianças são muito infantis

Não dá. Assim, não dá. Ou o mundo todo está ficando louco, ou não, são apenas algumas pessoas. Por exemplo, li aqui uma história inusitada.

A moça do Tenesse, EUA, queria ter um filho, mas não podia. Resolveu adotar uma criança legalmente, o que é no mínimo legal. Escolheu uma criança de 6 anos, russa, porque nessa idade eles já não usam fraldas e daquele país eles já vêm loiros e com olhos azuis. A maior parte deles, inclusive, já tem bons conhecimentos de Russo, que é uma língua difícil.

Bom, mas aí o menino começou com 'criancice'. Só porque o garoto não tinha tido uma infância legal até lá, sem um lar, sem uma família, ele começou a agir de forma infantil: desenhava coisas ruins, gritava, xingava, cuspia. E usava essa falta de berço e sua dificuldade de adaptação ao novo contexto cultural como pretexto para um comportamento totalmente imaturo.

Mas felizmente, havia uma adulta no comando. No caso, a mãe adotiva, que esta sim, gozava de todas as faculdades mentais. Seis meses após a adoção, a mãe analisou o que estava acontecendo com seu filho e todo o transtorno vivido por ele e pela nova família nessa fase de adaptação e tomou uma medida sensata: pagou uma passagem de volta para o menino voltar sozinho para a Rússia, levando uma carta ao Ministro da Educação moscovita, explicando a situação.

Achei normal. É isso aí! As crianças andam muito, muito infatis. Uma falta absoluta de maturidade. Se são assim quando crianças, imaginem como ficarão quando crescer: talvez verdadeiros adultos!

Não sei, mas do jeito que vai a coisa, acho mesmo que deveria haver uma lei que obrigasse os pais a se responsabilizarem por seus filhos, ficarem de olho neles e, até mesmo (por que não?) educá-los, auxiliá-los nessa etapa da vida que vai do nascimento até, digamos, uns 18 anos. Não sei, pode ser uma idéia idiota, mas acho que seria melhor assim. Ou senão, a gente manda as crianças pegarem um avião...

segunda-feira, abril 12, 2010

Mas que eu te disse, eu te disse...

Fiquei mais chocado com o estranhamento de parte da opinião pública ao receber a notícia de assunção da homossexualidade pelo Rick Martin do que propriamente com a confirmação em si.

Não vou agora querer jogar na cara das dezenas de meninas (hoje mulheres) que eu conheci na época dos Menudos para quem eu tinha avisado que ele era gay, mas elas não acreditavam em mim. Preferiam achar que era despeito, inveja, só porque todas elas carregavam fotos deles nas agendas, cadernos e bolsas, e mal sabiam escrever o meu sobrenome (mesmo sendo repetido constantemente por meus amigos).

As dicas sempre estiveram presentes, como podemos comprovar nesse pequeno dossiê científico, um espécie de CSI do mundo pop, que montei para mostrar que eu tinha razão e, de uma vez por todas, a coisa mais sensata a se fazer no mundo é me ouvir.

Fato irrefutável #1: "If you're not here... na maçã..."
Eu não, mas meus amigos que eram mais imaturos do que eu cantarolavam "enfia o nariz... na maçã..." plagiando a canção, porque era essa a impressão que a gente, digo, meus amigos tinham da música. Parecia apenas uma forma infantil e invejosa de criticar aquela Boyz(?)-Band, mas na verdade, já era uma clara menção ao ato libidinoso praticado pelos gays, que devem enfiar o nariz e outras coisas nas maçãs dos comparsas.

Fato irrefutável #2: Encoxada escondida (não cobra nada)

A imagem ao lado não nega. O Rick Martin (o viadinho à esquerda, em baixo, claro), era nitidamente o maior amigo da garotada. E todo mundo sabe que quem é amigo da garotada, via de regra, dá o cú e não cobra nada - pelo menos esta é a crença popular, não tenho como confirmar. Mas considerando que onde há fumaça, há rosca queimada, fica claro que desde aquela época a afirmação de que o 'pequeno poney' era fruta estava mais do que acertada.

Fato irrefutável #3: Doce beijo (nunca me enganou)
Um dos maiores sucessos da banda-mole Menudo foi "Doces Besos", que numa tradução livre quer dizer "Doces Beijos". Nunca me enganou. Basta dizer que a certa altura da música, os infantes assumiam:
"Lá em casa dizem que eu tô estranho,
Meus colegas se afastam de mim,
Mas não posso falar tenho medo,
Ninguém pode conhecer meu segredo (...)".
Ora, a quê poderiam estar se referindo senão ao fato de serem todos gays, mas que não podiam assumir publicamente. Era um fato, mas muitas meninas não eram capazes de enxergar.

Ou seja, sem forçar barra nenhuma, podemos comprovar que os fatos sempre estiveram à vista para aqueles que sabem ler nas entrelinhas.

Eu não queria, mas sou obrigado a repetir o que eu sempre disse: esse cara é boiola! E aproveito pra dizer que qualquer outra interpretação deste dossiê é despeito ou inveja do hetero visionário que pilota este site.

domingo, março 28, 2010

Além da imaginação em longa

Aqueles que, como eu, não perdiam o Além da Imaginação, seguramente conhecem essa história. E aqueles que não viam, mas já me ouviram contar os episódios mais marcantes pra mim, também conhecem a história do "botão de um milhão de dólares".

Dito assim, pode parecer um filme pornô de mal gosto, mas na verdade é uma das sacadas mais geniais da TV, que agora virou longa metragem, com clima de suspense no estilo Jogos Mortais, só que sem sangue e com Cameron Dias.

E aí, quem apertaria o botão?

domingo, março 21, 2010

Enduvidecido

Passeando por Lisboa, resolvi ver o que havia em exibição no cinema próximo do hotel. Mas fiquei muito em dúvida sobre qual filme assistir. Acabei não vendo nenhum porque quando terminei de rir e consegui me levantar do chão, já não havia mais sessões.

Alguém poderia me ajudar na escolha? "Fora de Controlo" ou "A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo"?

Supresa desagradável

Sempre que viajo gosto de comprar CD's de artistas locais. Ontem, comprei alguns títulos no El Corte Inglés de Lisboa: Mariza, Mafalda Arnuth, Ana Moura, Xutos e Pontapés, uma coletânea de fados.

Hoje, quando resolvi escutar o CD da minha cantora preferida desta lista, a Tereza Salgueiro, tive uma ingrata supresa: uma voz rouca cantando "beautiful day...". Não quis questionar o gosto da cantora portuguesa, mas eu gostava mais de quando ela entoava cantigas de amigo no Madredeus.

Bom, no domingo a loja fica fechada, mas espero que na segunda-feira reconheçam o engano e me devolvam o CD original. Só espero que nenhum fã do U2 tenha atirado o disco da cantora pela janela diante da surpresa.

Mas não dá pra reclamar: a diferença entre os 2 álbuns é imperceptível...



quarta-feira, fevereiro 17, 2010

O fim de um ícone

Soube hoje que o mais emblemático estúdio de audio do planeta, o Abbey Road, está à venda. A gravadora pretende embolsar cerca de U$ 18 milhões para ajudar a pagar dívidas.

O que me chocou na notícia é que eu sempre fui um músico (amador) interessado também nos bastidores da música. Se eu tivesse seguido por outro caminho numa bifurcação que me apareceu aos 18 anos de idade, eu poderia ter virado um profissional da música. Como tal, poderia ter conseguido atingir o sucesso absoluto -gravar composições próprias, ser reconhecido, admirado e fortemente remunerado por isso- ou poderia ter virado um completo fracasso -daqueles que nunca conseguem se sustentar direito. Entre estes dois extremos, há um expectro de possibilidades, dentre as quais a de virar um músico dos bastidores, que habita os estúdios de gravação como técnico, não necessariamente como emissor da música.

E como esta era uma das possibilidades, caso eu tivesse optado por este caminho, sempre que vi um documentário, um making off de video-clipe, um bastidor de show, analisava com carinho o trabalho feito pelos engenheiros de som, técnicos e músicos de apoio. Considerando este cenário, imaginar-se trabalhando num grande estúdio, tocando com grandes ídolos da música, é o que poderia haver de mais glamuroso.

Abrindo parênteses no sonho dos bastidores, tenho um amigo que tem seu próprio estúdio. Ele se formou Engenheiro Mecânico, entregou o diploma ao pai, aposentou a HP e foi correr seus riscos. Segundo ele mesmo confidenciou dia destes, ter o respaldo de um pai rico ajudou a ter coragem, mas enfrentar sozinho esse desafio e insistir no sonho mesmo diante de alguns anos de insucesso foram méritos exclusivos dele. Tem conseguido pagar as contas, mas não chegou nem perto do glamour. Fechando parêntesis.

Frente a este extenso contexto é que surge minha tristeza em ver o estúdio à venda. A Ilha da Fantasia dos pseudo-quase-músicos está prestes a desaparecer, contando apenas com notas de rodapé na MTV. Pode ser insignificante pra muitos, mas pra mim é uma pá de cal sobre um sonho velado, recorrente e, agora, mais distante do que nunca.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

The tale of the 2 brains

Explicação interessante de Mark Gunger para entender as diferenças entre o cérebro feminino e o masculino...

A governanta tá um azougue!

marcio nao
teve com por
o lixo pois não
tinha chave desta
porta


mas ela entrou por onde, mesmo?

Fraulein inflacionando

marcio, agora
eu almentei os
meus día de todas
casas agora e
60 e seise reais
almentou a condusão
agora e 2.70 cada
entao da
66.00 tá


ok, tá almentado...

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Um bom motivo

2010 vai ter que se virar e me arrumar pelo menos um bom motivo para uma comemoração especial. senão não terei como tomar o champanha que trouxe de Luxemburgo...



aí, 2010, dá teus pulos, mano!

Back to post

Voltei. Na verdade, voltei faz tempo, mas não estava postando porque estava sem NET. Na verdade, continuo sem NET, tenho assistido apenas os canais abertos usando uma antena plasmatic. Na verdade, tive de fazer um "gato" da minha própria conta da NET, mas só tenho Internet, porque eles não conseguiram instalar o cabeamento da TV. Na verdade, existe cabeamento nas paredes, mas não há acesso no móvel da TV para alcançar a caixa da parede que dá acesso ao cabo... sem acesso, nada de cabo, nada de instalação, nada de NET, daí o "gato". Puts, acho que vou viajar de novo e volto quando tudo estiver pronto...

De qq forma, está reiniciada a temporada de posts deste blog. Lá vem merda...

sábado, janeiro 09, 2010

Tripulação, portas em automático: Lis, Lux e Mi

E lá vamos nós, novamente. Agora, com destino a Miami. Postei sobre Portugal, pois adorei Lisboa e fiquei bastante tempo lá. Acabei não postando nada sobre Luxemburgo porque o frio e vontade de voltar reduziram significativamente minha capacidade de perceber algo daquela cidade. Mas antes de passar a Miami, vale a pena alguns comentários sobre Luxemburgo.

A melhor definição de Luxemburgo foi-me dada por um brasileiro, mineiro, que mora e trabalha lá há uns 2 anos com a família: Lux é Tatuí com 1 bilhão de dólares. Porque a cidade é minúscula, os restaurantes fecham às 14hs pois acham que já não se almoça mais tarde do que isso e as lojas fecham às 9pm. Mas é um país rico, que parece cenário de filme de Hollywood, onde pessoas ganham bem e trabalham pouco administrando dinheiro de milionários do mundo todo. Faz frio pra caceta e é possível jantar na França e na Alemanha, se você tiver carro.

Aliás, o melhor restaurante que eu conheci em Luxemburgo era italiano e fazia uma tal "orelha de elefante", que é um file fino e bem largo. Boa experiência, mas nada que não pudesse ser batido pelo Filé do Morais.

Mas o melhor de todos os restaurantes de Luxemburgo fica na França: o Klauss. Aliás, muito estranho aquele pedaço da Europa em que as pessoas falam francês, mas os nomes parecem mais com o Alemão. De qualquer forma, no Klauss comi o melhor frois gras da minha vida e comi um excelente pato confitado (peito e coxa) e comprei 3 boas garrafas: 1 champagne, 1 chateneauf-du-pape e 1 vinho local. Ainda não provei nenhum e espero ter ocasiões que mereçam estas 3 bebidas que foram as melhores que já adquiri.

Agora, sobre Miami, fica pra uma próxima postagem. Já estou quase embarcando e posso já ouvir a voz da comissária pedindo para atarmos os cintos.

domingo, janeiro 03, 2010

Eu só queria dizer...

... que desejo a todos que acompanham este blog todos os clichês de ano novo: alegria, saúde, amor e sucesso em demasia em 2010!
Beijos a todos!