quinta-feira, setembro 23, 2010

Oscar 2011

Antes mesmo de começar a disputa pelo maior prêmio do cinema internacional, o Brasil começou com palhaçada. O filme que vai representar nosso país na categoria "Melhor Filme Internacional" é "Lula, o filho do Brasil".

A produtora do filme, Paula Barreto, adorou a notícia (claro!), alegando que "finalmente o filme foi visto como o que é: nada além de uma boa história, um bom filme". Entendo a felicidade da produtora, que apesar de suspeita é uma profissional dedicada, que almeja o sucesso. Mas não poderia discordar mais dela.

Um filme sobre um presidente da república, qualquer que seja, não é apenas um filme. Em se tratando do Lula, particularmente, menos ainda. Em primeiro lugar, uma biografia de uma figura política ainda viva é, mesmo que não intencionalmente, uma peça política, que alimenta amores e ódios de todo tipo. Sendo o Lula uma figura carismática e ainda atuante, piora muito o cenário. Sendo um sujeito sem estudos que ganhou o poder, ainda pior. Sendo o presidente o maior garoto propaganda da candidata petista à renovação do cargo, aí não tem desculpa mesmo: não é mesmo apenas um filme; é, na melhor das hipótese, oportunismo político.

Se o filme é bom, não sei, porque não tive a menor vontade de assistir (assim como dezenas de pessoas que conheço). Todo brasileiro conhece a história dele e a menos que fossem desvendadas facetas desconhecidas do protagonista, o que não acontece na película, a curiosidade pela história é baixíssima. Basta dizer que o filme foi um fracasso de bilheteria (apenas 1 milhão de ingressos, bem menos que outros concorrentes brasileiros), porque concorreu com "gente grande" (Avatar) e foi colocado nas salas de exibição em ano de eleição.

O argumento a favor da escolha é, ao meu ver, fraco. Dizem que o filme desperta o interesse dos estrangeiros, porque é um épico, mostra uma história de superação. Também chama a atenção porque custou muito pouco (US$ 6 milhões) e foi rodado muito rápido (8 semanas). Mais uma vez, investimos em nossa imagem internacional pautados pela cultura do "pobre, porém limpinho": história de homem simples que chegou lá, feita com recursos escassos, com muito sacrifício, sem reconhecimento do público, nem da crítica, mas, pôxa, pelo menos saiu e representou o país! Que coisa mais brasileira, né, gente?

Embora eu me compadeça da esperança da Paula Barreto, que acredita que a indicação favoreça a recuperação do diretor do filme, Fabio Barreto, de um coma em que se encontra por causa de um acidente desde antes da estréia do filme, não consigo ficar feliz com nosso representante no Oscar. Lamento politica e artisticamente. Preferia um filme que mostrasse que o Brasil pode se destacar por ter coisas boas e não por ter exceções pitorescas. Preferia um cinema mais argentino (e olha que eu sou dos que mais assistem filmes nacionais).

O pior é que com o "rabo" que o Lula tem, é capaz de a gente ganhar a estatueta!

Um comentário:

Silvinha disse...

meu! ta tudo errado. tudo errado...