quinta-feira, janeiro 29, 2009

Reforma é o caralho! Me dá meu trema de volta!!

Não quero parecer chato. Até entendi o conceito por trás da reforma ortográfica. E não sou de me apegar a coisas sem valor. Nem tenho medo de novidades, de ter que aprender algo novo ou de novo. Tá tudo certo, mas não está sendo fácil...

Por exemplo, não me grila (oh, suéter!) perder o circunflexo das duplas vogais em voo e veem. Pra essa eu me doo, olho a cartilha e abençoo. Mas desde que isso não atrapalhe os que me leem, senão eu magoo. Não me digam os que me leem que eu facilmente enjoo, pois isso é falso para os que me creem. Agora, ficou difícil ir ao zoo! Parece coisa de gringo! Essa eu não perdoo.

Mas não é intransigência. Você que me lê, para e pensa: se pode manter o circunflexo diferencial em "pôde", como sempre pôde, porque os demais têm de desaparecer? Pelos pelos que me restam na cabeça, essa regra me pela o saco! Para o mundo que eu vou descer! Pode pôr de volta o diferencial ou não respondo por mim...

E tem mais. Fico frequentemente perplexo com a linguiça, que perdeu o viço quando lhe sequestraram o trema. Não vivo mais tranquilo. Só a Bünchen me consola agora.

Nenhuma ideia mais me apoia - virei um debiloide paranoico resistindo sozinho nesta odisseia. Não me conformo que o acento agudo que permanece no herói não persista no heroico, nem aqui, nem na Coreia. Sem falar na falta do acento no "i" e no "u" tônicos após ditongos, que desapareceram desta baiuca gramatical. Que feiura!

Querem ver outra incoerência? Virou facultativo pôr circunflexo pra diferenciar a forma da fôrma. Qual é a forma da forma, se eu facultar a favor desta abolição? Tão me entendendo?

Até aqui tudo bem, eu aguento (mesmo sem o trema). Até porque algumas mudanças vieram pra melhor. Por exemplo, o acento e a sílaba tônica andam juntos naqueles verbos que têm dupla pronúncia possível: delínquo ou delinquo (neste último, com pronúncia dura no "u"), enxáguo ou enxaguo. Não muda nada na prática, pois ninguém usa esses verbos, mas se usarem, ficou mais fácil: é só escrever igualzinho à pronúncia!

Mas pra não dizerem que sou radical, quero explicar o que realmente me enxágua a paciência. É o maldito novo uso do hífen. Esse tá de fuder! Porque isso sempre teve regra e exceções. E eles tiveram a pachorra (oh, suéter!) de mudar tanto as regras quanto as exceções! Ou seja, agora o subumano perde o "h". A autoestrada tá escrita atacada, assim como o coautor. Parece que foi anteontem que eu aprendi a escrever e agora o que eu sabia já não vale nada! Isso é antipedagógico! Deve ter sido coprodução de algum pseudoprofessor hiper-requintado e superotimista. Como é que eu vou lembrar de separar micro-ôndas e escrever paraquedas tudo junto? Isso foi obra de algum mandachuva superexigente! Não quero ser ultrarresistente, mas preciso deixar clara minha dificuldade em olhar pro meu autorretrato. Passaram o hífen do pontapé para o pan-americano - é ou não é um contrassenso?

Bom, já desabafei. Expus minha indignação. Sei que não adianta chorar. A reforma foi feita, os países todos assinaram, 2012 tá logo aí! Mas espero que a Microsoft atualize logo o corretor ortográfico do meu editor de texto. Afinal, por que eu tenho que aprender tudo de novo se nem mesmo o microcomputador é capaz de autoaprendizagem?

E.T.: Sim, eu tive a manha de pesquisar e conferir tudo que está escrito neste texto. Esse é o problema de ser insone e gostar de escrever.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Samparkour

Vale a pena ver o video criado pra divulgar o pouco de beleza estranha que existe em nossa cidade. Foi feito para a comemoração deste último aniversário de São Paulo, mostrando um paulistano que pratica Parkour, um esporte radical e maluco que um francês ocioso e habilidosíssimo criou. Seguem os links, sem mais comentários, para deleite dos transeuntes...

Samparkour

David Belle - criador do Parkour

terça-feira, janeiro 13, 2009

sábado, janeiro 10, 2009

Melancolia e esfihas

Acordei melancólico, não sei o porquê. Mas não é por algo do passado que deixou de existir, nem pelo medo de perder algo que tenho hoje e que é bom mas efêmero, tampouco pela preocupação com a velocidade das mudanças e o medo de não conseguir me adaptar em tempo. É uma melancolia daquelas por causa de algo que nunca se teve.

Acho que estou sentindo falta de alguém se metendo na minha vida. Daldo palpite naquilo que não devia. Propondo ideias que não fazem o menor sentido. Demandando cuidados infinitos o tempo todo. Tirando completamente a minha tranquilidade.

E o curioso é que percebi isso hoje, enquanto comia esfihas sozinho, no almoço. Me dei conta de que há muito perdi a noção (se é que alguma vez a tive) de como é não ser sozinho. E me deu vontade de saber como é viver a dois... Já sei: acho que preciso parar de comer esfihas! É isso!

terça-feira, janeiro 06, 2009

Madrid

Em Madrid fazia frio. Precisei de reforço na vestimenta, a saber, cachecol e gorro. Ou, como eles dizem, bufanda e gorro. Além do frio, marcou uma cidade linda, desenvolvida, com mulheres muito bonitas, geralmente morenas, magras e mais baixas que eu. Ou seja, próximas da perfeição.

Conhecemos os lugares mais famosos da cidade, num ritmo mais gastronômico que cultural.

- Esta aqui é a Puerta del Sol.
- Hmmm... lindo! Tira uma foto minha, pro Orkut!
- Ok.
- Vamo fazê uma boquinha?
- Bora...

Duas horas depois, com vinho, tapas, pinchos e outras delícias espanholas, chegávamos a outro ponto turístico.

- Chegamos na Plaza Mayor.
- Caramba, que legal! Pena que tem esse monte de barraca de Natal. Bom, faz parte...
- Foto?
- Opa! Orkútica!
- Foi.
- Tapas y cerveza?
- Demoro...

Ou seja. Nessa linha de "turismo sim, mas após a refeição", fizemos visitas rápidas aos pontos turísticos e demoradas aos bares e restaurantes. Melhor impossível!

Acabou faltando entrar no Museu do Prado, cuja fachada eu vi 2 vezes. Mas do outro lado do "paseo del prado" tem uma Tapería imperdível! Devia estar no guia!

Bien venido é o cacete!

Dia 26 de Dezembro de 2008, oito e meia da noite. Ou quase nove. Eu afivelava o cinto na apertada classe econômica de um Airbus da TAM, com destino a Madrid. O objetivo era passar 8 dias viajando por algumas cidades do sul da Espanha, com um grupo de amigos. E o objetivo foi cumprido, mas com alguns incidentes pitorescos.

Dormi amassado, acordando a cada meia hora pra ajeitar a coluna. Mas curti alguns filmes e a perspectiva de uma virada de ano inusitada. Chegamos de madrugada, com passaporte e blackberry na mão, na fila da aduana.

Sim, blackberry. No mundo moderno a gente (no caso, eu) acha que não precisa imprimir nada, basta ter a informação e tudo vai dar certo. Mas meu diálogo na alfândega foi um pouco diferente.

- Cuanto tiempo pretiende quedar en España?
- 8 días.
- En que Hotel?
- AC, tengo la ubicación aquí en el blackberry...
- Tiene el voucher de Hotel?
- No, solo la reserva, pero no impresa.
- Y el billete de vuelta, lo tiene aí?
- No impreso, pero el blackberry si...
- No, no. Cuanto tiene en contado?
- No traigo contado. Pretiendo hacer un levantamiento en un ATM...
- Está empleado?
- Si, si.
- Tiene una carta invitación de su empresa?
- No...
- Lo siento, va a tener de esperar un poco...

Nas minhas aulas de espanhol, não me ensinaram que "un poco" significa 3 horas e meia. Fui o primeiro a ser barrado na aduana e eles usam o sistema First-In Last-Out. Ou seja, meu passaporte ficou no fim da fila da malha fina.

Quando finalmente fui entrevistado, me repetiram as mesmas perguntas. E eu, dei as mesmas respostas. Desta vez, o entrevistador me perguntou se eu tinha comigo os cartões de crédito que pretendia usar. Um deles, era um Amex Platinum, mas não aquele que é para poucos, mas sim um genérico, que muitos podem ter. Mesmo assim, ao ler a palavra "Platinum" o agente da aduana chamou seus colegas e mostrou admirado:

- Vês, el tiene un Platinum!

E assim, por ter um cartão corriqueiro Amex com a inscrição que remetia a algo importante, fui considerado rico e tive minha entrada autorizada na Espanha. Ainda bem pro país visitado e para os cartões de crédito porque eu realmente gastei uma fábula na viagem.

E eu que achava que falar o idioma, ter cara de moço honesto e um blackberry seriam suficientes pra me por pra dentro. Que nada, se não fossem os analistas de crédito americanos, "bien venido" seria o cacete!!

Feliz 2009!

Não há forma melhor de começar o ano do que ao lado de quem a gente gosta. Nem sempre dá pra estar todo mundo que a gente gosta, mas algumas pessoas desse seleto grupo devem sempre entrar o ano novo ao nosso lado.

Nesta virada pra 2009 foi assim. Meu pai e meu irmão, que sempre foram (ao lado de minha querida e finada mãe) o cerne de minha visão de família, infelizmente não estavam ao meu lado. Cada um foi para um canto, ao lado de suas caras-metades, com alguns bons amigos. E eu, fui pra Espanha, com alguns de meus mais queridos comparsas.

Juntos, Silvinha e Paulão, Cynthia, Beto e eu passamos por 4 cidades: Madrid, Toledo, Sevilha e Granada. Cada cidade com seus encantos e características peculiares deixou marcas na lembrança (e algumas boas fotos). Fizemos um tour mais gastronômico que cultural, mas pudemos provar de tudo (e do melhor de cada local) um pouco.

Como sempre acontece, houve alguns percauços, que descreverei em outros posts (too many posts...). Mas o importante é que o balanço geral da viagem foi extremamete positivo. Marcou por ser muito bom, ao lado de amigos e num contexto muito difícil de ser repetido. Não é tão fácil conseguir fazer uma viagem dessa natureza todo ano.

Viva a Espanha! E viva 2009! Espero que o ano novo seja inteiramente feliz como foi seu início ao lado de meus queridos amigos!