domingo, fevereiro 01, 2009

Preguiçoso mas tenaz

Acabei de assistir a uma entrevista na GloboNews do Zeca Camargo com o Benicio del Toro e o Rodrigo Santoro sobre o filme Che, que conta a vida do líder e guerilheiro argentino. Nesta versão, Benicio é Che e Santoro faz uma ponta (como sempre) como o irmão mais novo de Fidel Castro, responsável por viabilizar o encontro dos dois revolucionários.

Pessoalmente, acho o Santoro bastante esforçado mas pouco talentoso. Pra não parecer que estou pegando no pé dele gratuitamente, descrevo os fatos novos, que vieram da entrevista, que me motivaram a este post.

O Rodrigo soube da possibilidade de participar do filme 5 anos antes de ser chamado efetivamente. E ele, através do agente, insistia direto pra obter um papel. Cinco anos de insistência depois, ele consegue uma entrevista, pra tentar o papel. E quase se caga todo porque não sabia falar uma palavra em espanhol.

Puta que me pariu! Ele teve cinco anos, é ator que está tentando uma carreira internacional e não foi estudar a merda da língua! Tinha mais é que se fuder e perder o papel pra um Cubano qualquer.

Além de preguiçoso é mal assessorado. Se eu sou o agente dele, contratava um professor ambulante pra pegar no pé do babaca 24hs. Ou melhor, 12hs, porque nas outras 12hs ele ia ter que aprender inglês, igual ao de qualquer outro latino que vai pra Hollywood (Benicio, Banderas, Penélope etc). Na boa, essas 2 línguas pra quem quer ter carreira internacional são básicas! E os hispânicos têm a vantagem de já saber uma delas. Então, malandro, brasileiro tem que correr atrás com força!

Outro sintoma de preguiça: não faz a lição de casa. No dia da entrevista, Rodrigo foi "a caráter", segundo ele mesmo declarou. Deixou uma barba enorme e foi falar portunhol, achando que ia arrebentar. Logo de cara falaram pra ele: "que barba é essa? O irmão do Fidel só tinha bigode, a vida inteira". Por preguiça e falta de assessoria, ele pagou mico. Na boa, com 2 minutos de Google, qualquer um conseguiria essa informação.

Apesar de pouco talentoso, preguiçoso e mal assessorado, o Rodrigo tem a felicidade de ser lindo. E a beleza facilita a vida de qualquer ser humano. E tem outra qualidade: é persistente e esforçado. O próprio Benicio disse que ele chegou sem falar palavra em espanhol, mas encheu tanto o saco de todo mundo que acabou fazendo a ponta dele com um sotaque bastante convincente. O que não convence é ter um bonitão daquele, com cara de quem tomou iogurte desnatado a vida toda, no meio dos revolucionários.

Espero um dia morder a língua e ver o bonitão bombando no cinema internacional. Até o momento, o que vi dele deixa a desejar como ator e me dá dúvidas em relação a vê-lo como um Benicio ou um Banderas um dia. Mas talvez sua tenacidade lhe proporcione sucesso e o faça vingar - afinal, nem só de talento vive o cinema. Viva Che!

2 comentários:

Silvinha disse...

giacca, nem sei se eu acho ele tão ruinzinho... mas concordo que fiquei passada com esses causos. que amadorismo, não?
é absurdamente inadmissível que alguém vá pra uma entrevista de "emprego" sem fazer a lição de casa.
até pro cargo de telemarketing a molecada dá um google na empresa antes...
pra te falar a verdade, até pra admitir estagiários tá valendo a pena checar na internet antes... fala sério!

Thunderstorms, dreams and conversations disse...

Ainda bem que ele escolheu ser bonito e inteligente, mas em compensação, podia ser mais rápido.
uhé