segunda-feira, junho 01, 2009

As quatro estações do destino (ou Apocaliptica)

a sina é a primavera das estações do destino,
a que inicia um ciclo de incertezas e perigos:
para uns é regra,
para outros, senão.
mas todos convêm que sempre existe um senão.
se o sujeito distrai, descuida,
a sina desmantela as folhas, o caule e a muda.
— a sina é coisa que não se muda.

o acaso é um guri bem matreiro,
apronta o que pode com as gentes:
cutuca de um lado,
aperta do outro,
devagarinho chega aonde quer.
e quando se dá conta,
perdeu-se um amigo, um noivado, uma vida.
— o acaso pode acabar com uma vida.

a sorte é irmã caçula do acaso.
tem jeito de boazinha, a dissimulada:
finge que é benção,
que é graça divina,
redenção para o bom samaritano.
mas quando se olha bem no olho da bruta,
brota um gosto de fel, de saliva de cobra, de lama.
— a sorte pode levar o sujeito à lama.

o azar é o primogênito da família
dos quatro irmãos de má conduta:
vai direto ao ponto,
não tem firula.
se pode chutar a cabeça, ele chuta!
e não tem papo de veja bem, lero-lero.
o azar é maldito no começo, no meio e no fim.
— o azar quase sempre é o fim.

Um comentário:

Silvinha disse...

a sorte é irmã do acaso.
gênio.