domingo, maio 15, 2011

Aftertaste

- O que você achou dele, pai?
- Você quer mesmo saber?
- Claro, se estou perguntando...
- Bom, confesso que de cara a aparência não me agradou. Achei muito fechado, meio austero, enigmático...
- Nossa!...
- Pois é, mas depois eu tentei não deixar o visual impactar minha impressão geral, afinal não se deve julgar o livro pela capa...
- Boa, pai. E aí?
- Analisando muito friamente, eu o achei honesto, corpo médio, persistente, meio provocativo às vezes, mas contido, sem exageros. O que mais me chamou a atenção foi o aftertaste.
- “Aftertaste”?
- Sim, porque muitas vezes no começo parece agradável, mas no dia seguinte fica aquele gosto ruim na boca, uma dorzinha de cabeça... mas neste caso, o aftertaste foi ótimo: o jantar terminou há duas horas mas eu ainda sinto os taninos...
- “Taninos”, pai? Do que você esta falando? Eu perguntei o que você achou do Praxedes, meu namorado!
- Ah, o Praxedes... bem, o rapaz me pareceu honesto e persistente... também... 

7 comentários:

Plinio Bolognani disse...

excelente.

Lavi disse...

Legal você assumir o namoro com o Praxedes, closet no more!

giacca, synbad, tchuca... disse...

lavi, vc nao percebeu q foi o meu eu-lirico q estava descrito no texto? santa ignorancia... rsrs

Duda Camargo disse...

Praxedes????? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!!!!!!

giacca, synbad, tchuca... disse...

duda, eu usei Praxedes porque achei que Pederneiras seria forçado... ufa!

Lavi disse...

Esse seu eu-lírico anda muito revelador

giacca, synbad, tchuca... disse...

eu vou reclamar com o Praxedes...