Pra terminar bem um ano não tão bom, fiz algo que há tempos não fazia. Fui ao pronto-socorro. E em plena noite de Natal.
Como sempre tem acontecido nos últimos anos, jantei na casa de minha tia, bem antes da meia-noite, e depois iria à casa do meu irmão, pra uma segunda ceia e ficar lá noite adentro.
Duas novidades neste ano. Primeiro, uma chuva imensa quase inviabilizou a entrada dos convidados na casa do meu irmão. Segundo, uma dor abdominal imensa me impediu de ficar na casa do meu irmão e voltei pro meu apartamento. Lá, dor forte e 40 graus de febre me fizeram ir ao pronto-socorro do Alvorada, passar um Natal diferente.
Pai, irmão e amigos, preocupados e atenciosos, ficaram me ligando a cada 15 minutos pra saber como eu estava. Eles haviam ficado na casa de meu irmão, à luz de velas (a chuva levou embora a energia elétrica). E eu também estava bem, tomando buscopan na veia, aguardando o resultado dos exames (sangue, urina, raio-x e ultrassom).
Quando ligavam, eu falava que não precisava de nada (e de fato não precisava), que estava bem (e de fato estava), pra evitar que eles fizessem uma viagem desnecessária e desagradável ao hospital.
Ao meu lado, no ambulatório, uma rapaz mais ou menos da minha idade, mas muito mais prostrado, fazia a mesma bateria de exames. Nossos resultados chegaram juntos:
- Sr André, eu vou internar o senhor. O cálculo parece estar se movendo, mas acho que o senhor não vai ter condições de ir pra casa.
- Sr Marcio, seus exames estão normais. As via biliares parecem dilatadas, sua febre cedeu, não há motivo pra eu manter o senhor aqui. Se voltar a sentir dor, tome dipirona. Se persistir, o senhor terá de investigar. Estou liberando o senhor pra terminar o Natal em casa.
E lá fui eu. Avisei a meu irmão pra qua acalmar a todos. Mas meu pai já havia saído e chegou ao hospital quando eu estava no caminho de volta. Tentei não fazê-lo, mas acabei proporcionando a todos um Natal bem menos alegre.
Dos males o menor. Afinal, se eu estivesse na situação do André, teria problemas pra embarcar hoje pra Espanha. Viva ao buscopan e às empanadas! E um grande Viva à família e aos amigos, que estão sempre lá, mesmo quando a gente nem precisa tanto!
Um comentário:
Jacketty do céu!!!
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