sábado, novembro 29, 2008

Gurus da previsão do futuro em Wall Street

Nesses dias de rescaldo dos efeitos da crise financeira, vi uma reportagem no mínimo curiosa sobre o desemprego nos Estados Unidos e a procura por gurus que prevêm o futuro.

Dizia que os gurus da previsão, aqueles no estilo Mãe Diná, estão em alta na terra do Tio Sam. Em tempos de baixa credibilidade em relação às previsões científicas dos analistas financeiros e dos operadores do sistema bancário, o cidadão comum norte-americano tem optado por seguir os conselhos de quem se orienta por indicadores nada cartesianos, levando os gurus a serem mais procurados que os gerentes de banco.

Aparentemente, Jupiter está alinhado com Vênus e, segundo as previsões astrais, isso implica num período de longa incerteza, que ainda pode perdurar por meses, anos até. Dizem ainda que o tal alinhamento verificado em nosso sistema solar seria responsável pela redução importante do preço do petróleo, pelo enxugamento da liquidez global, pela volatilidade do dólar e do euro. Parece que o socorro prestado pelos bancos centrais em diversos países, a entrada em recessão da Alemanha e da França, e até o crescimento de 7% da China, restrito e preocupante, seriam decorrentes do cruzamento das órbitas dos corpos celestes.

Ainda em função da confusão astral, as conseqüências da crise no Brasil tenderiam a ser menos severas. Mesmo com a queda brusca do preço do barril, que esmagaria a margem do produto oriundo do pré-sal, a Petrobrás manteria os investimentos e o país deverá crescer entre 2.5% e 3.5% em 2009, com oportunidades únicas de fusões e aquisições para os setores e empresas que sofreram menor impacto no fluxo de caixa com o abalo do sistema bancário norte-americano.

O curioso mesmo é que os planetas sejam tão influentes na economia global e o recente viés economicista da opinião dos tais gurus. Ou talvez, os analistas financeiros e brokers de bancos de investimento que perderam seus cargos no auge da crise tenham identificado uma nova oportunidade de ocupação e substituiram Wall Street por pequenas bibocas com luz indireta, bolas de cristal e cortinas de miçangas. Mesmo assim, continuo sem saber se devo ou não dar ouvidos aos gurus da futurologia. Ou melhor, posso até ouvir o que dizem, mas não deixo o meu dinheiro com eles de jeito nenhum...

2 comentários:

Silvinha disse...

É mesmo difícil saber quem está certo na hora de investir... Eu tenho uma amiga patty-daslú casada com um trader genial. Ele investia NA Bolsa, estava rico num dia e no dia seguinte o que ele tinha valia só a metade. Ela investiu NUMA bolsa LV de 2.300 Reais, que valia o mesmo tanto no dia seguinte... GV, IBEMEC E Harvard Business School valem de quê nessa hora?

mélis disse...

charlatã que é charlatã habla el portuñol:

XXaqueta, mi querido, XXô no creo en las brujas, pero que las hay, las hay!