terça-feira, dezembro 28, 2010

Crie sua rádio

Tem uma rádio de internet para os apreciadores de Jazz bastante interessante: chama-se AccuJazz. Como qualquer outra rádio streaming, você tem canais e filtros que permitem ouvir um enorme rol de músicos e composições, selecionadas aleatoriamente, respeitando os filtros do canal. O que me chamou a atenção é que você pode excluir um determinado artista durante a execução, de forma que ele não aparecerá novamente em sua rádio. Um jeito inteligente de customizar a execução e permitir que você transforme sua própria rádio em algo cada vez mais previsível, repetitivo e chato. Nada mais cansativo do que nossa própria intenção musical. Genial (ou não).

Engano

Tarde de terça-feira, estou em casa e toca o celular.

- Alô.
- Por favor, a Dra. Cristina...
- Desculpe, você ligou errado, não tem nenhuma Dra. Cristina aqui.

Isso já foi estranho. Afinal, o celular é pessoal. Se quem atende não é a Dra. Cristina e você não está atendendo por ela, não faz sentido dizer que não tem nenhuma dela lá. Culpa da idade avançada e o hábito de atender enganos em telefones fixos.

- Ah, ok. É porque eu estou procurando a Dra. Cristina dos Santos, ela é a advogada aqui do processo e ela me pediu pra mandar outros documentos...

Pensei em dizer simplesmente "foda-se". Mas eu não sou grosso a esse ponto. Meu segundo pensamento foi dizer "isso é problema seu", mas contive, sou educado.

- Como eu disse não tem Dra. Cristina nesse número.
- Que número é aí?

Deu vontade de responder o clássico "aquele que você digitou ou aquele que você digitou errado", mas eu sou fino.

- Aqui é 8xxx-xxxx - aqui omitido por razões óbvias.
- Ah, tá. Você tem o fixo do escritório dela?

Nessa hora, confesso que se eu pudesse percorrer o cabo do telefone fisicamente, eu atravessava com a mão até chegar lá do outro lado da ligação e enfiava dois dedos no cú do sujeito. Se eu disse que é engano, que ele ligou pro número errado, como vou saber o telefone do escritório daquela puta da Dra. Cristina?? Logo dela que todo mundo sabe que é uma vaca! Mas eu fui bem educado, segurei a onda.

- Não, meu amigo, isto aqui é um celular particular de outra pessoa, nada a ver com Cristina alguma, foi engano.
- Ah, entendi. Tudo bem. É porque eu precisava enviar os documentos logo e queria falar com ela.

Será que eu enlouqueci? Será que coloquei nos classificados um anúncio "Advinho telefones de advogadas, para fins de envio de documentação. Ligue sem cerimônia no meu celular 8xxx-xxxx. Basta informar o nome da puta, que eu advinho o telefone fixo dela e informo na hora". Qual terá sido a parte do que eu disse que ele não entendeu?

- Sinto muito, não posso ajudar.
- Tá bem. Obrigado, viu?

Pelo menos ele foi educado no final. Ainda bem que eu sempre mantenho a calma. Quando eu contar essa história pra Dra. Cristina, ela não vai acreditar....

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Não sou o único injustiçado

Meu histórico de multas de trânsito chega a ser ridículo. Até 6 meses atrás, motivado pelo medo de perder a carteira de motorista, comecei a me policiar bastante, baixando muito a média histórica de uma multa por mês aproximadamente. E na maioria dos casos, embora não haja motivo para isso, eu me sinto injustiçado, perseguido. Às vezes, porque furo o rodízio apenas 1 hora antes do horário permitido para circular e fico indignado com a falta de tolerância. Às vezes, porque acho excedo a velocidade em 20 ou 30 km/h no máximo (quando o limite era 90 km/h). Ou seja, nitidamente, estou certo e a CET está sendo intransigente.

No caso da Britânica Cathryn James, a polícia de trânsito foi igualmente intolerante. A inglesa estacionou o carro para fazer compras e no caminho foi surpreendida por uma suicida, prestes a se jogar de uma ponte. Para evitar o pior, Cathryn foi ter com a suicida, abraçou-a e a conteve até o socrro chegar. Só que nesse ato de bravura, esqueceu de validar o tíquete de estacionamento por mais uma hora, excedeu o limite em 22 minutos e foi multada em 60 libras esterlinas. É verdade, confiram aqui.

Conclusão óbvia: não sou o único injustiçado pelas autoridades de trânsito. E, na dúvida, se o Zona Azul estiver vencendo e eu tiver de decidir se salvo ou não alguém, deixo se jogar. É a vida (ou no caso, a morte).