segunda-feira, outubro 25, 2010

QI: quociente de ingestão (de álcool)

Esta reportagem aqui da SuperInteressante afirma que duas pesquisas recentes mostraram que crianças consideradas comparativamente mais inteligentes na infância revelaram-se maiores consumidoras de álcool na fase adulta. Ufa, pensei que eu fosse apenas bêbado mesmo...

segunda-feira, outubro 18, 2010

Fazendo justiça com o Padilha

Tinha ouvido falar que o José Padilha, diretor do Tropa de Elite, precisou parar para vomitar no meio da entrevista do Jô Soares, em que ele compartilhava o microfone com o Wagner Mouta, o grande Capitão (depois Coronel) Nascimento.

Quando ouvi isso, fiquei com a impressão de que era um pouco de estrelismo, frescura, ou que já havia subido à cabeça toda a história de proteger o filme da pirataria.

Ontem assisti à sequência do filme e achei espetacular. Diferentemente do que acontece com as segundas partes de um filme bom e polêmico, o Tropa de Elite 2 cresceu, ganhou complexidade e manteve a qualidade. Filme de gente grande mesmo, de grande cineasta, com grandes atores.

Hoje assisti à entrevista no Jô, que está na íntegra no YouTube. Mudei minha opinião completamente. Achei que de fato o Padilha devia estar com um problema físico apenas (que ele até explica, como sendo enxaqueca). Não demonstrou nada de arrogância, foi direto e sincero nas respostas e, já tendo visto o filme, acredito que valeu a pena ele ter investigo em toda a centralização da responsabilidade nele, com toda a proteção dispendida para evitar a pirataria.

Virei fã incondicional desse cineasta e achei que precisava fazer justição com ele e expiar minha culpa através deste canal.

quarta-feira, outubro 13, 2010

Se pelo menos tivesse sido o Chip's...

Ontem, em pleno feriado, paguei um mico. Por volta das 16hs, estava no meu carro, na Av Birgadeiro Luis Antônio, indo em direção à Paulista. Eu queria atravessar a avenida em direção ao centro e, alguns metros antes da travessia, o sinal ficou amarelo.

Eu, brasileiro, solteiro, metido a malandro, achei que era safo e tentei "aproveitar o sinal". No meio do cruzamento, que é longo, os carros que vinham do Paraíso começaram a se mover e eu percebi que não conseguiria concluir a travessia, fazendo uma brusca virada à esquerda, na própria Paulista.

Como malandro só se dá bem no morro, no presídio ou no Congresso, e eu não pertenço a nenhum destes grupos profissionalizados de bandidos, tive um destino diferente. Logo atrás de mim, duas motos de policiais deram sirene e sinal para eu encostar. Quando já estava na faixa da direita, abri o vidro e recebi ordens para encostar no próximo bolsão, depois do ponto de ônibus.

- Documento do carro e carteira de habilitação.
- ...
- Sr. Marcio, o senhor já teve problema com a Polícia antes?
- Não, nunca.
- Desça do carro, por favor.

Ele me pediu para ficar longe do veículo, perto da grade de um portão. Pela primeira vez, me senti um desses sujeitos que são revistados na calçada. Não sei se porque sou caucasiano, mas o policial não chegou a me revistar, somente fez verificações dos meus dados pelo rádio. Não havia nada de errado, nem no carro, nem histórico na minha carteira, nem nada que fosse suspeito.

- ...
- Eu nem preciso dizer pro senhor o que o senhor fez, não é mesmo?
- Não. Eu sei que errei. Fui querer tentar "aproveitar o sinal" e...
- Por 10 segundos o senhor podia ter feito muita bobagem. Causado acidente, matado alguém. O carro é uma arma. Podia ter derrubado eu e o meu colega, atropelado um pedestre...
- ... Me multa e me deixa ir logo - pensei (sempre em itálico).
- Eu pedi pro senhor descer do carro porque é comum as pessoas que estão com carros furtados fugirem da gente no sinal. Mas não foi isso.
- ... Não foi, eu não roubei o carro, só quis economizar tempo e dei azar.

Enquanto eu ouvia o John me passar o sabão, o Poncherello, já com meus documentos na mão, preenchia um talonário de multas. E ele já estava há uns 10 minutos fazendo a ocorrência. Demorava tanto que já deixava o colega sem assunto, uma vez que este logo percebeu que eu não era mau elemento, apenas um cidadão de bem que havia feito uma cagada (graças a Deus, sem maiores consequências).

- O senhor viu esses dias o que aconteceu na TV? Com um sujeito que roubou um carro e fugiu da polícia?
- Não, não vi. O que foi? Me conta porque da próxima vez eu já sei como fugir...
- O sujeito atropelou dois policiais motorizados, depois continuou fugindo, atropelou mais dois policiais de moto, entrou na contramão, bateu em outro carro de polícia, e só parou porque ficou prensado contra um ônibus...
- Nossa, alguém se feriu? Melhor eu continuar sendo simpático. O que eu não preciso é causar emoções fortes ou demonstrar impaciência diante de um fato relevante para o oficial.
- Só escoriações leves...
- Tem gente que é tão do mal que não quer se entregar...
- ... Pois é, não desiste!

Enquanto o John improvisava e fazia sala para mim, em plena Paulista, o animal do Poncherello continuava olhando enigmático para o talonário. O que existe de tão desafiador naquele preenchimento?? E o homem-da-lei prosseguia na sua tentativa de puxar papo.

- Aqui na Paulista é muito perigoso em dia de feriado.
- É mesmo? Por quê? Bom, pelo menos você já viu que eu não sou bandido. Agora quer aliviar. Tudo bem, fiz cagada mesmo, tenho que aguentar quieto. Mas não pense que eu vou pedir pra dar um jeitinho, que eu assumo minhas merdas. Pede lá pro Poncherelo agilizar, vai...
- Tem muito turista, muita gente passeando, achando que como é feriado tá tranquilo. Os garotos sobem lá de baixo, do que seria uma favela, digamos, e sabem que são de menor, que não podem ir presos, aí passam aqui de bicicleta ou de skate e "batem" celulares, carteira, máquina fotográfica.
- Caramba... Porra, Poncherello, tem jeito?...

O Poncherello deve ter tido problemas na escola e não deve ter concluído a alfabetização. Porque não é possível que para copiar a porra da placa, um nome, e fazer um "X" em duas infrações gravíssimas o cara precisasse de tanto tempo. Mas precisava. E foi aí que eu percebi a capacidade de improvisação que a Corporação desenvolve em seus oficiais.

- O clima tá muito estranho, já era pra estar mais quente. O ser humano faz as coisas e acaba vendo as consequências...
- É, é o aquecimento global. O clima tá diferente mesmo. Quer dizer, agora eu vou ter que ouvir comentários sobre as intempéries vindo do narciso-vernize-de-farda. Multa, mas não fode...
- O verão já não foi verão direito, agora o inverno não termina...
- ... E a bicha-alada do seu amigo Poncherello aprendeu a escrever com o Tiririca, porque já faz 15 minutos que o animal de tetas está tentando me autuar e não acaba!  É o tempo tá todo louco mesmo...

Finalmente, o Poncha recebeu uma luz de habilidade grafológica, talvez pela alma do Saramago que estivesse passando pela Paulista, e se aproximou com o talonário. Mas foi o John mesmo que fez as honras.

- Sr. Marcio, o senhor não é obrigado a assinar essas infrações.
Tá louco! Se eu não assinar, é capaz do Poncherello ter que preencher meu endereço, ou qualquer outro procedimento, e o meu saco vai explodir! Me dá essa merda que eu assino! Não, eu vou assinar. Reconheço que errei, não tenho por que não assinar.
- O senhor vai recebê-las de qualquer jeito pelo correio, caso não queira assinar.
- Já falei que vou assinar, tira a caneta da mão do aprendiz-de-Lula e me dá logo essa porra! De forma alguma, eu assino.

Consegui tomar a caneta do Poncherello, que, além de analfabeto, tinha problemas de coordenação motora e ficou se enrolando todo para tirar o papel-carbono do meio das duas vias. Assinei no local indicado e devolvi a caneta. Aí, o Poncha resolveu falar (o que eu já tinha dúvidas se ele era capaz de fazer).

- Além de o senhor ter atravessado o farol vermelho, fez uma conversão proibida, porque não pode entrar na Paulista à esquerda vindo da Brigadeiro.

- Entendi. Eu assinou a outra também... Ainda bem que eu sou extremamente educado, senão vocês iam me multar por desacato à autoridade. Se fosse o caso eu ia me recusar a pagar inteira: o John até que foi profissional, mas esse Poncherello tá de lascar! Toma, enfia no cu esse canhoto...
- A segunda via é do senhor.

E lá se foram mais uns dois minutos para que Poncha, o malabarista escritor, conseguisse destacar as minhas vias. Com as cópias das infrações assinadas e meus documentos de volta, fui autorizado a voltar para o carro e dirigir com cuidado.

- Sr. Marcio, obrigado, lembre-se que o seu carro é uma arma! 10 segundos podem fazer muita diferença.
- Tem toda razão. Obrigado. E deixa eu ir logo embora que já perdi até o tesão de passear de carro. Aproveita para matricular o Poncherello no Mobral. Eu sei que fiz merda, mas a pior parte é essa rotina de conscientização.

Entrei no carro, dei seta, voltei para a Paulista. E não fiquei, pela primeira vez na vida, na faixa da direita, disputando espaço dos ônibus. Vai que o Poncha consegue escrever melhor em cima da moto... Não sei. Ainda acho que se eu tivesse sido abordado pela dupla do Chip's a história seria muito mais interessante. E o Poncherello deve saber escrever direito...

Extra! Extra! Tiririca foi à Esperanza

O último mineiro chileno esqueceu sua carteira no buraco. Estou liderando um movimento para enviar o Tiririca na capsula Fênix para tentar resgatar o objeto esquecido. (Parece que a Fenix só consegue fazer mais uma viagem no tubo. Quem apoia?)

Finalmente, a luz!

Resgataram com sucesso os 33 MINEIROS que estavam soterrados no Chile. Houve muito esforço, comemoração e discursos acalorados. Só não foi esclarecido por que que um banco de gente sai lá de Minas Gerais para se enfiar num buraco tão fundo em outro país... Que gente sem noção! Isso é resultado de burrice com falta de informação...

domingo, outubro 03, 2010

Última tentativa

No contexto político atual, achei este texto sensacional de José Danon, republicado no blog de Julio Bahr. Duas grandes cabeças lutando, talvez, em vão. Que bom. Vale a pena conferir através deste link.